SEU LIVRO DE VIDA
Quase tudo o que você quer saber
sobre Astrologia da Alma e do Auto-Conhecimento
Em 22 Capítulos/Volumes
© 2008 Janine Milward
Capítulo 1
O Risco do Bordado
Espírito e Alma
Consciência e Sopro Vital
Janine Milward
O Espírito é ligado à imortalidade, à constância, ao Tao da
Criação, enquanto a Alma é ligada à impermanência, à duração, à Criação sob o
Tao.
A Alma, através todo seu processo de Caminhante ao longo do
Caminho realizado pelo Universo (ou pelo Pluriverso), acolhe em seu bojo o
Espírito.
A Alma traduz-se através a duração. A duração acontece a cada vida, a cada
encarnação que possui seu começo, seu meio e seu fim, ou seja, todo um ciclo de
mutações realizado a partir do estado sutil, do estado denso (da matéria em sua
plenitude englobando os princípios mutativo e estático) e de seu retorno ao
estado sutil.
O Espírito manifesta-se através do princípio sutil... enquanto a
Alma manifesta-se tanto através o princípio sutil quanto através o princípio
denso, ou seja, tanto a Alma existe dentro da encarnação assim como a
conhecemos como também existe além da matéria, antes e depois da matéria....
porque a Alma sempre acolhe em seu bojo o Espírito - e o Espírito manifesta-se
através do princípio sutil e da constância da Vida e, para submeter-se à
matéria, ao estado denso, precisa ser acolhido, digamos assim, pela Alma,
através sua duração de vida.
O estado sutil é vivenciado no Portal entre os Mundos da
Não-Manifestação e da Manifestação...., enquanto que o estado de transmutação
do sutil para o estado denso, da matéria, e seu retorno ao estado sutil, é
vivenciado já dentro do Mundo da Manifestação.
O Espírito é aquilo que podemos nomear como mais próximo ao Tao
da Criação - que podemos pensar que existe (porque pode ser nomeado) no Portal
entre os dois Mundos, o da Não-Manifestação e da Manifestação. O Tao da Criação - como o próprio nome diz -
é inspirado pelo Tao, pelo Caminho, para realizar a Criação.... no Mundo da
Manifestação. No entanto, toda esta
inspiração advém do Tao e do Mundo da Não-Manifestação.
O Espírito pode ser compreendido, a meu ver, como a tradução
mais simples e direta (e ao mesmo tempo profunda) do Tao da Criação advindo do
Tao do Mundo da Não-Manifestação - porque sobre o Tao não se tem linguagem para
falar e o Espírito pode ser compreendido como o diplomata, digamos assim, que
age o Tao no Mundo da Manifestação... porém sempre conservando todos os
conceitos que expressam, minimamente e maximamente, o Tao e o Mundo da
Não-Manifestação, ou seja, constância, eternidade, imutabilidade, interioridade
absoluta, o Grande Caminho, o Vazio, a Verdade.
A Alma, por seu lado, pode ser compreendida como uma tradução
direta e simples (e ao mesmo tempo profunda) do Espírito e realiza esta
tradução dentro do Mundo da Manifestação, dentro da Criação propriamente dita -
porém sempre conservando todos os preceitos expressos pelo Espírito... Apenas que a Alma, por atuar dentro do Mundo
da Manifestação, existe através da duração, trazendo a Criação do princípio sutil
à matéria densa e seu retorno ao princípio sutil (ou seja, a vida, assim como a
conhecemos) - sempre inteiramente inspirada e conduzida pela constância da Vida
advinda do Espírito que, por sua vez, é advindo do Tao da Criação que, por sua
vez, é advindo do Tao, o Caminho, já no Mundo da Não-Manifestação.
Podemos, então, concluir que Espírito e Alma todo o tempo e
espaço entrelaçam-se, ou seja, existem Espírito e Alma em tudo aquilo que
existe enquanto Criação sob o Tao, existem constância e duração também
entrelaçadas em todos os seres, inanimados e animados (anima é um termo
que se traduz como Alma). Existem
Espírito e Alma nas estrelas, nos planetas, no vácuo, na matéria e na
anti-matéria, nas diferentes dimensões dos universos, da vida, nas montanhas,
nas pedras, nas árvores, nos animais, nos humanos.... no céu e na terra existem
Espírito e Alma entrelaçados, existem constância e duração, existem os Mundos
da Não-Manifestação e da Manifestação.
O Espírito é a Consciência.
A Alma é o Sopro Primordial, a Energia Vital, o Ch’i, o Pranah,
aquilo que Lao Tse denomina como o fole, em seu Capítulo 5, na segunda estrofe:
O espaço entre o céu e a terra
assemelha-se a um fole
É um vazio que não distorce
Seu movimento é a contínua criação
O Espírito é encontrado em nosso coração: a Consciência existe
entrelaçada à nossa mente e ao nosso coração.
A Alma é encontrada em nossa respiração.
Quando o Caminhante começa a se conscientizar sobre o trilhar de
seu Caminho, tende a perceber de maneira mais clara e objetiva o que significa
seu corpo físico, sua encarnação propriamente dita, o que significa sua Alma,
sua Energia Vital advinda de sua inspiração e de sua expiração, o que significa
seu Espírito, sua Vida advinda de seu coração e de sua mente.
O Espírito traduz-se através a constância da Vida: o coração que
bate e a mente que se propõe a evoluir para se tornar Mente, a consciência que
se amplia para se tornar Consciência - Consciência da Vida em sua eternidade,
Consciência expressando seu desejo de fusionar-se à Consciência Suprema, ao
Tao.
A Alma traduz-se através a realização do Espírito dentro da
duração da vida e sempre inspirada pela constância da Vida. O Sopro Primordial, a Energia Vital, o Ch’i,
o Pranah - tudo aquilo que se traduz em nossa inspiração e em nossa expiração,
podemos assim dizer, dentro de nossa encarnação propriamente dita, dentro de
nosso corpo físico -, existe de forma a
proporcionar a real instauração da Consciência.
Como eu disse mais acima,
o Caminhante começa a se conscientizar do trilhar do seu Caminho a partir do
seu corpo físico entrelaçado, fundamentalmente, à sua Alma e ao seu
Espírito. E será exatamente essa
primeira conscientização, essa compreensão inicial, que o levará a trabalhar
seu corpo físico (aliançando seu coração, sua respiração e sua mente) enquanto
Caldeirão para a realização da Alquimia de conscientização mais profunda sobre
seu Sopro Vital e sua Consciência podendo vir a ser plenamente fusionados.
Com um abraço estrelado,
Janine Milward