Para Ler o Mapa Astral





SEU LIVRO DE VIDA

Quase tudo o que você quer saber
 sobre Astrologia da Alma e do Auto-Conhecimento
Em 22 Capítulos/Volumes
© 2008 Janine Milward


Capítulo 1

O Risco do Bordado

Para Ler o Mapa Astral

Para Ler o Mapa Astral
As mil e uma possibilidades de diferentes leituras dentro dos arquétipos e do mapa astral
Racionalizar ou Sentir?
Alguns Poucos Conselhos
Leituras de Curiosidade, Superficial, Comportamental, Factual, Psicológica, Espiritual, Kármica...
e outras



Janine Milward 

As mil e uma possibilidades de diferentes leituras

dentro dos arquétipos e do mapa astral


A verdade é que você pode fazer seu mapa 365 dias no ano, com 365 diferentes astrólogos e obter cerca de 365 diferentes leituras a respeito de você.... e você bem se encaixará em (quase) todas!

Por que? Porque cada astrólogo vai ter um diferente ponto de vista sobre o seu Risco do Bordado, advindo de seu próprio background cultural, espiritual, intelectual, psíquico.... Uma maneira própria de abordar e compreender a astrologia, uma maneira própria de apreender, absorver e interpretar as milhões, trilhões de possibilidades existentes dentro de cada arquétipo... como se fossem as várias varetas de um leque sem fim, as várias gradações de cores dentro da natureza, as várias estrelas dentro de nossa galáxia e de nosso universo. E também o mapa do astrólogo unido ao seu fará surgir um terceiro mapa e isto também deverá ser levado em consideração.

Da mesma forma, as questões acima poderão ser referenciadas a você, Caro Leitor, não apenas dentro da condição de cliente mas sim dentro da condição de astrólogo!

Eu sempre digo aos meus clientes que o tempo da consulta é mais ou menos como o tempo dentro do antigo programa do Chacrinha, onde se dizia que “acaba quando termina”.  É certo porém, que dentro de uma consulta diante do cliente, ao vivo e em cores - ou mesmo gravada distante do cliente -, existe um tempo-limite determinado por cada astrólogo: uma hora, noventa minutos, duas horas... talvez não mais do que isso, para não cansar ambos os lados.

Porém, também sempre aviso meus clientes - seja em consulta ao vivo e em cores, seja consulta gravada e distante do cliente, seja Livro de Vida escrito -, que nunca, em hipótese alguma, eu poderei estar exaurindo tudo aquilo que poderia estar dizendo através do meu trabalho, nunca.  E sempre, é certo, no dia seguinte, na semana seguinte, no mês seguinte, no ano seguinte, terei um zilhão de coisas a poderem ser comentadas: algumas questões que possuem seguimento dos comentários anteriores ou novas questões surgidas em minha mente e em função do momento em que estou vivendo; ou mesmo questões advindas dos trânsitos recentes dos clientes que certamente me trarão outras possibilidades de comentários e de inovações em minha leitura.

A verdade é que sempre estamos crescendo: o cliente cresce e amadurece; eu cresço e amadureço; o momento cresce e amadurece.  Sempre estamos em processo de ampliação de nossa consciência, de  evolução - assim esperamos!  Dessa forma, é sempre possível que tenhamos um cabedal de situações a serem comentadas em novas e renovadas leituras do mapa astral!  Sempre.  Sempre.





Racionalizar ou Sentir?


Janine Milward 


Saturno rege nosso cérebro direito, a racionalização; Urano rege nosso cérebro esquerdo, o uso da energia do Sentir, a energia psíquica, a intuição.

Quíron é o Planetóide que trafega entre Saturno e Urano, atuando como ponte entre o mundo da objetividade ao mundo da subjetividade.

É bom então, que vejamos os posicionamentos, em nosso mapa astral, de Saturno, Urano e Quíron, em signos e Casas - e mesmo em aspectos entre si.  Assim, podemos ter uma idéia mais clara acerca de como estaremos usando esses arquétipos em termos de nosso posicionamento dentro da leitura e interpretação do mapa astral.

Em tempo: meu Saturno se encontra em Virgem, comecinho de Casa Seis; meu Urano se encontra ensanduichado entre meu Mercúrio e meu Sol, em Câncer, Casa Três, já orientado para o signo do Fundo do Céu; meu Quíron se encontra no começo da Casa Nove, em Sagitário, e em movimento retrógrado.

Eu diria que precisamos usar ambas as circunstâncias: a racionalização e o sentimento psíquico, em nosso trabalho de leitura e interpretação do mapa astral.

Mas veja, Caro Leitor, aqui entra meu ponto de vista pessoal baseado, é claro, em meu Risco do Bordado pessoal!  Meu Sol vem em Câncer dentro da Casa Três, quase Fundo do Céu.  Sendo assim, essa escolha de título, nesse momento - Racionalizar ou Sentir - tem a ver com o posicionamento do meu Sol, sem dúvida alguma!

Como eu venho sempre sendo auto-didata dentro da ciência da astrologia - bem como dentro da ciência da astronomia -, e como eu desde sempre adorei ensinar, logo logo no começo dos meus estudos em zilhões de livros..., eu cheguei à conclusão que deveria fazer duas coisas: uma, dar aulas de astrologia; outra, começar a fazer leituras de mapas, profissionalmente.

Saí pregando cartazes por todo o Rio de Janeiro e fui muito feliz em poder abrir duas turmas, uma em noites de quinta-feira e outra em noites de sexta-feira!  E também fui muito feliz em ir comunicando às pessoas sobre minha leitura de mapa e elas se prontificaram a serem meus clientes!

Enfim, dizem que a prática é o critério da verdade é isso é uma real verdade.  Porém, eu já tinha devorado cerca de trinta e cinco mil livros antes de tomar essas duas decisões e as colocar em ação!

Nos primeiros tempos de meu trabalho profissional de feitura e leitura do mapa astral para meus clientes, eu fazia todos os cálculos à mão.  Alguns poucos anos depois, alguém me falou sobre um pequeno computador de mão que era uma real maravilha!  E era!  Naquela época ainda não era comum se ter um micro-computador doméstico...

Mas a verdade é que eu sempre gostei de papel, de escrever no papel, de enviar ao meu inconsciente mensagens através da escrita no papel.  Essas mensagens ficariam ali gravadas até o momento em que o cliente chegasse à minha frente - a partir de então eu as deixava vir, vagarosamente, para alcançar minha consciência e então, o trabalho tinha seu início.  Até hoje eu ainda trabalho dessa maneira, apenas que mudei de papel feito de árvore para papel virtual.  E planto árvores e mais árvores em meu Sítio para bem poder sempre usar papel!

Eu também, no princípio, costumava construir o mapa astral natal, somente, e ao lado ir detalhando os principais aspectos encontrados no mesmo e também alguns momentos interessantes dentro da Progressão, colhidos a partir de meu livro de efemérides.  Certamente também momentos expressivos dentro dos Trânsitos dos planetas lentos eram comentados. Depois, passei a construir também a Revolução Solar mais recente, a atual e a próxima.  Finalmente, passei também a construir os mapas do Trem da Vida - essa foi uma real grande sacada para melhor compreender os desdobramentos do mapa astral que revelavam-se através da vida do cliente!

Então, antigamente, eu trabalhava com três ou quatro folhas de papel ofício à minha frente, todas construídas manualmente.

Hoje em dia, já com o advento do computador incrível em minha vida, eu vou tecendo vários outros mapas a partir do mapa astral natal: ninhadas da alma, progressão, retornos dos planetas lentos, oposição de Urano,  vários momentos dentro das revoluções solares (conjunção, quadrados e oposição) e outros mapas que eu considerar adequados.  Ah, o Trem da Vida, sem dúvida alguma!  Também os Símbolos Sabeus e as estrelas protetoras nos auxiliam intensamente em nosso trabalho.
.......................................
Voltando à questão inicial: Racionalizar ou Sentir?...., eu diria que devemos fazer uma bela junção de ambas as formas de usarmos nosso cérebro, tanto em seu lado esquerdo quanto em seu lado direito.
Penso que é importante que saibamos uma série de conhecimentos acerca da ciência da astrologia para que realmente nos coloquemos diante de um mapa astral de uma pessoa que não conhecemos e passemos a lhe dizer alguma coisa sobre si mesma.  Então, estamos diante da necessidade de usarmos nosso aspecto de racionalização, sim, por que não?

No entanto, com o tempo, eu aprendi que seria mais interessante não ir anotando os aspectos mais interessantes - e menos ainda usando cores azul, vermelho, amarelo, verde.... para apontar sextis, quadraturas, trígonos, etc...   Não.  Eu optei por ir deixando a Mandala Astrológica extremamente clean, usando uma cor mais nítida para marcar a grande cruz do Ascendente, Descendente, Fundo do Céu e Meio do Céu e apenas um vislumbre de cor para ir marcando e diferenciando as Casas astrológicas, trazendo todos seus graus de entrada e trazendo os graus corretos para Luminares, Planetas, Planetóides e Asteróides e outros Pontos.  E só.

Optei pelo mapa mais clean tanto dentro do desenho manual no papel quanto no papel virtual do programa do computador, customizando esse programa para atender à minha forma de expressar minha leitura.

O que eu sempre pretendi foi deixar o Baile dos Arquétipos bem à mostra, sem medo de ser feliz e sem marcações pré-concebidas ou pré-julgadas de aspectos uns e outros.

O resultado foi sempre muito interessante.  Volta e meia, eu me flagro falando sobre alguma questão meio difícil sobre a vida da pessoa e quando olho para o desenho do papel ou para a tela do computador, eu realizo, eu vejo que estou falando sobre uma quadratura, ou sobre um quincúncio, algo assim.

Dessa forma, essa quadratura, ou esse quincúncio - ou mesmo aspectos mais simpáticos, como trígonos e sextis... - vêm até a mim sem que eu tivesse me antecipado a eles e menos ainda e melhor ainda, sem que eu tivesse lançado conceitos pré-concebidos acerca dos mesmos para meu inconsciente, ou para meu pré-consciente.

A verdade é que nem tudo é menos simpático ou mais simpático todo o tempo em nossa vida.  Tem horas que um aspecto é menos simpático, mas tem horas que se mostra um tantinho mais simpático: crescemos, evoluímos!
..............

Outra questão que me parece interessante comentar sobre Racionalizar ou Sentir..., é que se racionalizarmos demais, demais, demais, perderemos a poesia das estrelas.  Ou melhor, estaremos atados aos alfarrábios e seus dizeres e seus conceitos...  estaremos atados a um ‘será que devo fazer isso, ou dizer aquilo”? .... estaremos impedindo que nosso Sentir possa vir à tona!

Nós sabemos através do Racionalizar da mesma forma que nós sabemos através do Sentir.

O Sentir pressupõe uma conexão mais intensa com a outra pessoa - seja que ela esteja diante de nós, ao vivo e em cores - ou não, podemos estar gravando ou escrevendo, distante da pessoa.

Quando a conexão é ao vivo e em cores pode ajudar, por um lado, porque a gente realmente está vendo a pessoa e está podendo sentir sua energia, sua respiração, se está ansiosa ou não, se está sonolenta ou aborrecida, se está curtindo ou não nossa leitura, se está entendendo ou não.

Por outro lado, quando a consulta acontece com a pessoa diante de nós pode também dar muito espaço para que o cliente se manifeste em demasia, um tanto que desviando nossa atenção em nosso rumo pessoal de leitura.

(Certa vez eu atendi uma cliente, Elisabeth, uma graça de moça.  Ela falou o tempo inteirinho.  E eu ia avisando, olhe, seu tempo vai acabar e eu nem pude fazer a leitura do seu mapa, quando você escutar a gravação estará ouvindo apenas sua voz....  e não deu outra:  na semana seguinte, ela me ligou pedindo por uma nova consulta.  Quando chegou, eu quase morri de rir: ela tinha colocado esparadrapo em sua boca, para ficar muda, calada!)

Muitas vezes isso acontece, sim, e por duas razões: ou a pessoa é muito faladeira mesmo...  ou a pessoa logo entra em ‘transferência’ com a figura do astrólogo.  A transferência é um termo usado dentro da psicologia ou da psicanálise que mostra o liame certeiro entre o analisando e o analista e sem o qual a análise não poderia acontecer.  E dentro da astrologia, muitas vezes isso acontece, essa transferência acontece porque o astrólogo vai tocando em pontos psicológicos, sim, não tem como se evitar isso.
..........

Ainda dentro do tema Sentir, é preciso que compreendamos que um mapa astral natal não pertence a uma só pessoa, não, pertence a um zilhão de pessoas!  Apenas que são pessoas diferenciadas entre si, nasceram de outros pais, nasceram em outras situações de vida pessoal, financeira e econômica, em outra raça, em outros costumes, outras línguas, outras culturas.

Então, é preciso que a gente possa Sentir o cliente que está diante de nós - ou mesmo longe de nós - em sua alma, em sua essência, em seu Dharma.

Esse liame não é tão fácil de ser encontrado e ser exercido mas eu diria que é importantíssimo de ser encontrado e de ser exercido.

Como encontrá-lo?  A meu ver, deixando que o Sentir predomine sobre o Racionalizar, em primeiro lugar.

Como exercê-lo?  Dando continuidade a esse Sentir, sim, porém trazendo o Racionalizar, sim, para que haja uma boa fusão de ambos e a nossa leitura possa se ater aquela pessoa que temos diante de nós - ou que está distante de nós mas que estamos enlaçados em nossas almas!

Estaremos, portanto, trabalhando com nossa energia psíquica, todo o tempo.  Estaremos trabalhando, portanto, não somente com nosso Ego mas sim, fundamentalmente, com nossa Alma!
............

Em continuidade aos comentários sobre o tema Racionalizar ou Sentir?...., eu gostaria de acrescentar algumas dicas, praticadas por mim, em meu trabalho.

Penso que o papel com o desenho da Mandala é algo bem simpático e da mesma forma, a telinha do computador apresentando o Risco do Bordado de nosso cliente.  Porém, eu diria que temos que nos preparar para irmos desenvolvendo uma forma de leitura que vá abandonando, pouco a pouco, nosso olhar sobre o papel ou sobre a tela com computador! 

Se ficarmos muito atentos apenas ao desenho da Mandala contendo seus arquétipos, estaremos correndo o risco de apenas racionalizarmos, racionalizarmos, racionalizarmos e nos esquecermos que estamos diante de nosso cliente, uma pessoa com ego e com alma! 

Então, se desviarmos nosso olhar do papel ou da tela, estaremos deixando que nosso sentir possa vir a nos acontecer!  Estaremos ‘sentindo’ a pessoa diante de nós e assim poderemos discorrer melhor sobre ela - sem que nos desviemos de seu Baile de Arquétipos!  Ao contrário, seu Baile de Arquétipos em seu Risco do Bordado estará tomando a dimensão daquela pessoa que está em foco e não apenas a dimensão de meus conhecimentos racionalizados a partir dos alfarrábios e das aulas e dos conceitos e dos conhecimentos petrificados!

Temos sempre que dar vida ao Baile dos Arquétipos que acontece dentro do Risco do Bordado, dentro do mapa astral!  Temos que dar vida!  E essa vida não é dada por nós, pessoalmente, porque senão estaríamos incorrendo no êrro de viajarmos na maionese, como se diz por aí, ou de atuarmos muito somente dentro da pura racionalização.  Essa vida nos é dada através a energia psíquica entre mim e meu cliente, entre minha alma e meu ego fusionados à alma e ao ego fusionados do meu cliente em relação à mim!  É uma troca de energias psíquicas, sem dúvida alguma.

Houve uma vez em que eu ia atender duas  irmãs gêmeas, nascidas com uma diferença de apenas dez minutos.  Marquei a primeira para as duas da tarde e a segunda, para quatro e meia.  E céus, seria meu grande teste, minha prova de proficiência dentro do meu trabalho de astrologia.  Esses dez minutos de diferença entre um nascimento e outro não traziam grandes diferenças para ambos os mapas, ou seja, as entradas de Casas eram quase as mesmas e o posicionamento de Luminares, Planetas e outros Pontos também!  Enfim, eu rezei e aguardei a primeira irmã chegar.

Bem me lembro que elas tinham Sol em Escorpião e Lua em Sagitário.  A primeira era bem esse Sol em Escorpião.  Eu fiz minhas duas horas de leitura e ela partiu. 

Então, aconteceu algo estranho: o interfone tocou anunciando que a segunda irmã estava no Hall do prédio, se podia subir, sim, claro que sim...  Então, eu voltei para a sala onde atendia e de repente, a porta da cozinha onde eu havia atendido o interfone, se fechou de tal forma, tão violentamente com uma rajada de vento fortíssimo, que só pudemos abri-la muito mais tarde, com um profissional em portas!

Bem, a segunda irmã chegou e nos sentamos, eu diante de um mapa praticamente igual aquele que tinha lido um pouquinho antes.  E para minha surpresa imensa, eu pude ler mais duas horas de questões diferenciadas!  Essa irmã era bem mais a Lua em Sagitário.)

E certamente, com dez minutos de diferença, o grau do Ascendente tinha anda dois graus à frente e seu símbolo sabeu era outro.

Então, ali, naquele momento, eu tive essa confirmação, absolutamente clara e na prática, que mesmo dentro de um nascimento de gêmeos (uni-vitelinos ou não, xifópagos ou o que seja), as almas são diferenciadas e nasceram naquele mesmo momento por questões kármicas, mas são almas diferenciadas.

É claro que, mesmo que eu tivesse lido apenas dentro do Racionalizar o mapa de cada uma delas, eu teria assunto e mais assunto, para duas, três, quatro horas, cinco horas de leitura de mapa, sem dúvida alguma.  Porém, o que diferenciou foi o fato de ali, naquele momento, eu já estar lidando com a leitura dentro do sentido mais do Sentir do que Racionalizar.

Quando eu exerci o Racionalizar, me deu um frio na espinha: céus, como terei assunto - sem me repetir - para ler o mapa de cada uma?  No entanto, não tive o menor problema em relação a isso, pois que dentro do Sentir, essa questão não acontece.

Agora, realmente eu penso que foi interessante aquela porta se fechando tão violentamente, entre uma consulta e outra.  Naquele momento, eu interpretei como duas pessoas inteiramente diferenciadas - em suas almas - que estariam se intercalando.  Mas confesso que tive um certo receio de que aquela porta formando uma cisão entre uma consulta e outra pudesse estar me dizendo mais coisas: certamente um Urano bem guilhotinal, não é mesmo?
..........

Com o tempo - ah, o tempo! -, a gente vai fusionando o Racionalizar ao Sentir.  Com o tempo, a gente vai percebendo os meandros dos arquétipos, o que eles querem nos dizer dentro do Baile dos Arquétipos que existe no Risco do Bordado.  Com o tempo, a gente vai percebendo o cliente, o dono do mapa, e o mapa em si, o próprio mapa.  Com o tempo, a gente vai percebendo se o cliente já vivencia tudo aquilo que a gente vê no mapa - ou não.  Com o tempo, a gente vai aprendendo a conversar com o cliente sobre questões delicadas, sobre questões simples, sobre questões complicadas, sobre questões do passado, do presente e do futuro.  Com o tempo, a gente vai aprendendo o bom jeitinho de ir fazendo um bom trabalho.  É bom que a gente não se exija demais, nem que fique nervoso ou ansioso.... para quê?

É bom que a gente se mantenha sempre estudando, sempre estudando, sempre estudando.  Mas também é bom que a gente não se obrigue a ficar decorando tudo, tendo todos os conceitos na ponta da língua.  Não.  É bom que a gente aprenda que os próprios conceitos em si vão se demonstrando, vão se apresentando para nós, vão desfilando diante de nossa mente, entende?  É bom que a gente aprenda a ir lendo, estudando, mas não exatamente com a preocupação de manter tudo aquilo em nossa mente consciente.  Não.  É bom aprender a ir colocando os conceitos e os aprendizados em estantes dentro de nosso pré-consciente.  E muitas vezes, podemos perceber até que nos esquecemos de várias questões que anteriormente teríamos estudado com afinco, elas foram morar em gavetas lá no inconsciente, mesmo.

Porém, é sempre um grande prazer a gente poder des-cobrir, re-velar, ou seja, não mais cobrir, não mais velar, os conceitos e sim trazê-los à tona. Normalmente, isso pode acontecer quando exercermos o Sentir mais do que o Racionalizar.

Dentro do Racionalizar, muitas das vezes, existe uma certa tensão: a gente quer saber tudo e não se esquecer de nada... e acaba esquecendo.  Dentro do Sentir, a tensão desaparece: o contacto entre as almas faz com que os conceitos venham à tona de nossa consciência, quase sem esforço, quase sem esforço.

E é claro que todos nós temos Gêmeos do Racionalizar e Câncer do Sentir em nosso Risco do Bordado.  E mais: certamente sempre a leitura do mapa será realizada da maneira pela qual se expressa em seu próprio mapa astral natal o astrólogo!

Sendo assim, tem gente que tem mais intensidade em Escorpião, por exemplo, e acaba sendo um investigador de mão cheia!  Tem gente que tem mais intensidade em Peixes, outro exemplo, e toma seu tapete voador e sai voando, junto ao cliente...  Tem gente que tem o signo de Virgem tão bem elaborado que consegue transmitir todos os conceitos de a a z em todos os detalhes, esmiuçadamente, elaboradamente.  Tem gente que não lê além de Saturno, tem gente que lê ainda para além de Plutão.... (eu sou assim). Tem gente que tem Urano mais acentuado; tem gente que não.  Tem gente que adora ir misturando todos os mapas, fazendo um verdadeiro caldeirão de mapas vários - eu sou assim, meus alunos quase enlouquecem....  Tem gente que gosta de ir lendo e interpretando, mapa a mapa, exaurindo seus temas, separadamente. 




Alguns Poucos Conselhos

Janine Milward 


O conselho mais importante que eu dou a você, Caro Leitor, é não fazer o mapa de seus familiares mais próximos e também não de seus parentes ou amigos.

E quando eu digo não fazer o mapa, é não somente não fazer a leitura e interpretação para eles - como a maioria das pessoas que estudam astrologia se propõe a fazer... - mas também, e fundamentalmente, nem abrir os mapas, nem construir os mapas.

 Isso porque, em primeiro lugar, podem haver alguns sustos - e não muito simpáticos - mais cedo ou mais tarde - em termos de trânsitos, principalmente dos Planetas mais lentos que possuem trânsitos bem enfáticos, transformadores da vida.  E em segundo lugar, de uma maneira geral, a gente não se esquece dos mapas...  E vai deixando de ter uma relação natural com a naturalidade dessas pessoas, a gente tende a ir interpretando tudinho, tudinho, tudinho.  E isso pode trazer alguns problemas para as relações em si.  Eu sei disso.

(Certa vez, minha mãe foi me levar até ao portão para se despedir de mim que estava de partida para o Rio, para meu trabalho, minha casa, minha vida.  Como se um raio tivesse cruzado minha mente, eu me lembrei do mapa da mamãe e do trânsito, no céu, de Plutão.  céus!  Mamãe não iria suportar esse trânsito.  Além disso, Urano também ansiava cruzar sua linha do Ascendente.  Eu fiquei, durante dois anos, com tudo aquilo em minha mente.  Confesso que não foi bom.  E então, minha mãe se foi.  E aconteceu, cerca de seis meses antes de minha mãe ter partido para o outro plano, que eu fui ler o mapa de uma de minhas irmãs.  E bem me lembro que teria dito a ela que nos primeiros dez dias de março de 91, ela haveria de passar por seu grande revirão de vida...  Foi ela quem assistiu a passagem de minha mãe, no dia 05 de março...  Então, eu aprendi que não era bom lidar com mapas familiares.)

............

Se você quiser estudar o seu próprio mapa, acho ótimo. A verdade é que sempre nós mesmos somos nossos cobaias favoritos! Mas  faça isso sempre com uma visão de estudo da ciência da astrologia, em primeiro lugar; e em segundo lugar, faça isso não como pré-visão de sua vida, mas como uma confirmação posterior daquilo que anteriormente teria sido apenas um simples Baile de Arquétipos - dentro de um mapa de revolução solar ou de revolução lunar ou mesmo de retorno de planeta, enfim, dentro do mapa natal em si e dos demais mapas coadjuvantes.

(Dificilmente a gente acerta previsões para nós mesmos... ou então para familiares, amigos ou parentes.... É porque estaremos lidando com o Desejo.  Esse Desejo vai certamente atrapalhar nossa visão de imparcialidade em relação aos mapas que estaremos lendo.)

E uma vez mais, eu insisto: vamos abolir todos, todos, todos, nossos pré-conceitos acerca de determinadas conjunções X ou Y, acerca de determinados aspectos X ou Y.  Por exemplo: ah, comigo nada dá certo porque tenho Saturno quadrado Plutão, etc. e tal, fazendo quincúncio com o Sol, etc. e tal, fazendo oposição com a Lua, etc. e tal; e aquela conjunção Urano e Vênus não me deixa namorar em paz, etc. e tal, etc. e tal, etc. e tal.

Não: vamos abolir esses pré-conceitos ou conceitos aparentemente cristalizados e que na verdade, verdade, verdade, apenas ‘emperram’ nossa boa leitura, nossa leveza, nossa soltura, dentro de nossa leitura.

É bom que nunca nos esqueçamos que sempre o Risco do Bordado foi desenhado por nossa Alma - junto ao Tao da Criação.  E foi elaborado fusionando Karmas e Samskaras - ações e reações em potencial - de determinadas encarnações passadas de forma que nessa vida de aqui-e-agora, a Alma, juntamente com seu Dharma e com seu Livre-Arbítrio, possa reviver aliadamente ao ego, todas essas circunstâncias e exauri-las inteiramente, resgatá-las intensamente.  Fazendo isso, abrimos um novo caminho para nosso caminhar - ainda dentro dessa mesma encarnação.  O passado fica para trás e abrimos um novo presente orientando um novo futuro.

E mais: o dito Deus dá o frio conforme o cobertor... é absolutamente correto.  A Alma elabora seu Risco do Bordado da forma como sente que o quer vivenciar nessa encarnação!





Leituras
de Curiosidade, Superficial, Comportamental, Factual,
Psicológica, Espiritual, Kármica... e outras...
Mas sempre tudo é Astrologia

Janine Milward 


Bem, é certo que cada pessoa possui sua própria forma de ser, possui seu legado de estudos, de moralidade, de ética, etc.  Então, tudo isso vai fazer parte de sua forma de desempenhar seu trabalho dentro da astrologia.

Pessoalmente, eu não curto a Leitura de Curiosidade.  Eu somente abro um mapa quando a pessoa me deu seus dados de nascimento para serem realmente trabalhados por mim.  Trabalho é trabalho.  Curiosidade é outra coisa.

Aliás, é importante que aqui a gente comente sobre a questão do Poder dentro da astrologia - ou de outras artes divinatórias.  Pessoalmente, penso que não é simpático a gente invadir uma pessoa que não nos pediu para fazer isso.  Dessa forma, eu digo sempre que não se dêem os dados de nascimento à solta, para qualquer pessoa.  Enfim, essa é uma forma pessoal de eu pensar.

Sobre a questão da Leitura Superficial - será que estou sendo pré-julgadora?  Pré-conceituosa?  Espero que não.  Mas de qualquer maneira quando alguém me pede para simplesmente fazer uma leitura superficial do mapa, coisa rápida, eu digo que não e ponto final.

Sobre a questão da Leitura Comportamental - ah, aí, mesmo que muitas vezes a gente não queira cair em tentação, acaba caindo sim, e acaba fazendo, volta e meia, umas interpretações um tanto Comportamentais, sim, essa é que é a verdade.

Porém, existem astrólogos que fazem a leitura de uma consulta inteirinha apenas dentro do tema de leitura Comportamental. Trocando em miúdos: é como se eu apenas comentasse que o mapa diz que a pessoa gosta somente de azul e não de amarelo, gosta apenas de namorar e não de casar.... enfim.  Acaba muitas das vezes acontecendo que leitura - quando é feita somente dentro do ponto de vista Comportamental - se fusiona com o conceito da leitura Superficial, nada é verdadeiramente aprofundado, eu diria.

O meu temor é quando não existe o bom aprofundamento das questões e então os conceitos e dados são jogados ao cliente de forma pouca aprofundada.  Muitas das vezes, acontece de o cliente sair da consulta e comentar com as demais pessoas que ‘bateu tudinho’ com sua forma de ser e de acontecer, etc. e tal.  Mas eu me questiono se tudo isso trouxe realmente algum bom proveito para o auto-conhecimento do cliente... penso que não.

Essa é uma leitura, a Comportamental, que pode, no entanto, ser feita com cuidado e com bom aprofundamento das questões.  Sendo assim, existe uma boa ajuda em relação ao auto-conhecimento do cliente, em suas atitudes perante a vida, em suas escolhas perante a vida. 

Da mesma forma, acontece a Leitura Factual: ela pode ser apenas superficial e se ater aos comentários de fatos em si, sem grandes aprofundamentos; ou pode ser estabelecida através dos comentários sobre fatos importantes acontecidos - ou a acontecerem - na vida da pessoa e sempre no sentido de aprofundar o auto-conhecimento do cliente em termos de suas relações mais comportamentais de vida, ou factuais de vida.

Sendo assim, tanto a leitura comportamental quanto a factual pode ser extremamente interessante - caso sejam realizadas com seriedade e com sentido de aprofundamento das questões e de ajuda no auto-conhecimento do cliente.  De outra maneira, correm o risco de se tornarem apenas superficiais e de curiosidade¸infelizmente.

A realidade é que eu penso que 90 por cento das leituras seguem os ritmos Comportamental e/ou Factual - dentro do ponto de vista mais superficial e de curiosidade, infelizmente.  De uma forma geral, penso que as pessoas não curtem quaisquer tipos de aprofundamento de visões de vida ou de auto-conhecimento.  Mas certamente acontecem aqueles profissionais e aqueles clientes que buscam leituras comportamentais e/ou factuais mais aprofundadas, graças aos céus!

Eu diria que sempre o profissional que trabalha com arquétipos deveria aprender bastante sobre a ciência da terapia, da psicologia, sobre as questões relacionadas ao consciente, ao pré-consciente, ao inconsciente; aos temas pessoais mais profundos.  Volta e meia eu vejo ou ouço bons profissionais, sérios profissionais, querendo fazer um bom trabalho, um trabalho bem aprofundado, mas um tanto que ‘pisando na bola’, eu diria, em termos de saber o como realmente passar para seu cliente as informações mais ‘cabeludas’ de seu mapa astral natal, ou outros mapas coadjuvantes.

É preciso se ter muito cuidado com a nossa forma de dizer as coisas, os fatos, os eventos, as situações, os conceitos, ao nosso cliente.  E eu diria que sempre devemos evitar comentários acerca de mortes ou de perdas, sempre.  Mesmo porque, qual é a nossa inteira certeza sobre os mesmos?  Nenhuma, absolutamente nenhuma.  Sendo assim, não existe um por quê alertar o cliente sobre questões de morte ou de perdas de forma direta, literal.  Não.  Dentro da linguagem sempre existem as metáforas, não é mesmo?  Sempre a gente tem que buscar uma forma delicada e certamente subjetiva e indireta para dizer as questões mais difíceis que vemos dentro de um Risco do Bordado - seja dentro do mapa astral em si, seja dentro das revoluções solares ou outros mapas.

A Leitura Psicológica acontece bastante e é muito interessante mas deve ser realizada apenas por pessoas que realmente possuam uma estrutura de conhecimentos e de estudos dentro da ciência da psicologia e afins.  Ela ajuda bastante o cliente no sentido de melhor compreender suas ações objetivas e subjetivas em sua vida, seus pensamentos, suas inter-relações pessoais e parentais e sociais e profissionais.

Dentro das questões psicológicas existem aquelas que pertenceram ao nosso pai e à nossa mãe (ou a familiares mais próximos)  - e que certamente vão estar aparecendo em nosso Risco do Bordado (pois que falam de nossa visão sobre nosso pai e nossa mãe), e ao mesmo tempo, tudo aquilo que realmente herdamos de nosso pai e de nossa mãe em termos dessas questões e que efetivamente ainda vivenciamos tudo isso ou que podemos ter uma boa consciência sobre as mesmas e deixarmos isso para o passado e nos reorientarmos psicologicamente - dentro dos mesmos arquétipos, é claro, pois o mapa não muda - em revirão de posicionamento para nosso futuro.

A Leitura Espiritual também pode ser muito interessante - desde que a base espiritual do astrólogo coincida, pelo menos em parte, com a do cliente.  A Leitura Espiritual pode ser compreendida de várias maneiras, dentro de várias diferentes visões da Espiritualidade.  A Astrologia da Alma, por exemplo, pode ser classificada dentro da Leitura Espiritual.

A Leitura Kármica pode ser compreendida de duas formas: uma, a mais comum de acontecer - e que, a meu ver, traz um certo estigma de pré-conceito sobre a própria palavra ‘kármica’ -, vem falar do mapa astral praticamente apenas dentro do ponto de vista das vidas passadas, dos encontros e desencontros entre as pessoas de hoje e de ontem, das ações e reações em potencial, etc.  De uma forma geral, nessas leituras, o astrólogo vai contando histórias do passado, de vidas passadas, nomeando parentesco de hoje com possíveis parentesco de ontem - enfim, dando nomes aos bois. 

Pessoalmente, eu não sou dada a esse tipo de leitura, já vi gente lendo coisas de arrepiar, não sei onde isso ajuda o cliente, me traz uma sensação de que o cliente pode se tornar uma estátua de sal, paralisado, olhando para o passado - e será que tudo isso que lhe foi dito teria sido a verdade?  será?  Eu já vi e ouvi histórias de arrepiar.  Existem afirmações várias, que o pai dessa vida foi nosso filho em outra encarnação, por exemplo, etc. e tal...  Já ouvi uma astróloga dizer diante do mapa astral de uma menina pré-adolescente que ela era assim tão isso e aquilo hoje porque em vida passada tinha sido traficante de crianças e então nessa vida de hoje possui problemas em relação ao pai e às demais crianças e isso e aquilo e mais aquilo outro... céus!  Isso tudo me horroriza tremendamente!

Srii Srii Anandamurti, o Mestre do Tantra primordial, nos diz, com toda a razão, que apenas um Mestre com M maiúsculo pode se aventurar em relatos de vida passada e mesmo assim se isso for fazer uma verdadeira cura para a pessoa interessada.  De outra forma, por que levantar o passado - mesmo sendo um Mestre com M maiúsculo?  Uma sala pode ter sido mantida no escuro por duzentos anos mas no momento em que colocamos uma lâmpada lá e a acendemos, a sala brilhará!  Então, a vida tem que ser orientada desse momento em diante, para o futuro, e não em direção ao passado.

Lao Tsé nos diz:
Uma árvore de grande abraço gera-se de uma fina muda
Uma torre de nove andares levanta-se de um acúmulo de terra
Uma viagem de mil léguas inicia-se debaixo dos pés

Então, os Mestres do Tao e do Tantra, Lao Tsé e Srii Srii Anandamurti, não nos dizem para olhar para trás, e sim, para frente!

E a outra forma, que pode ser considerada ainda fazendo parte da Leitura Espiritual, vem nos falar de questões do passado sim - pois elas todas estão presentes na elaboração do Risco do Bordado de nossa vida de hoje -, mas com o ponto de vista de não se dar nomes aos bois, ou seja, falar sobre essas questões, sim, porém de forma mais subjetiva, sem contar historinhas, sem fazer quaisquer ligações entre encontros e desencontros de pessoas de ontem e de hoje, das ações e reações em potencial, etc.  Não.  Apenas se mencionando algumas questões realmente importantes que trazemos em nossa bagagem, de vidas passadas escolhidas para serem revivenciadas nessa encarnação de hoje.  Isso pode ser visto dentro daquilo que eu denomino de Vagões do Trem da Vida.

É certo que nosso Risco do Bordado nos revela um conjunto de situações arquetípicas que foram colhidas a partir de um conjunto de encarnações passadas, de determinadas encarnações passadas, não todas, é claro!  Mas se virmos esse Risco do Bordado apenas relacionado ao passado - e como muitos fazem, inventando histórias que aparentemente são contidas dentro dos arquétipos que se apresentam.... -, ficamos atrelados ao passado, como se tivéssemos correntes poderosas nos mantendo presos, como se fôssemos escravos não-libertos do passado!

Se o momento do nosso nascimento é escolhido pela nossa Alma, junto ao Tao da Criação, de forma que fale de nossa trajetória em algumas encarnações do passado a serem revivenciadas e resgatadas em seus Karmas e Samskaras hoje, nessa nossa vida de aqui-e-agora, tudo isso tem que ser visto no sentido daquilo que podemos melhor fazer desse caldeirão de arquétipos hoje, hoje, e amanhã! 

Sempre que ampliamos nossa consciência, temos a oportunidade de usarmos nossos mesmíssimos arquétipos - de ontem, de hoje, e de amanhã - de forma a nos fazer encaminhar para nossa Iluminação, e posteriormente, para nossa Liberação.

Srii Srii Anandamurti sempre nos diz: a meta da vida humana é se fusionar com Paramapurusa, com o Tao da Criação, com Deus.

Sendo assim, sempre que ampliamos nossa consciência - e isso vai acontecendo ao longo de nossa vida, com nosso amadurecimento estruturado sobre nossas vivências (agidas dentro de nosso Dharma e de nosso Livre-Arbítrio) -, vamos realizando uma forma diferenciada de irmos bordando o desenho original de nosso Risco do Bordado.

Nosso Risco do Bordado sempre permanece apenas como um risco, como um desenho.  Esse desenho apresenta os arquétipos de vidas passadas escolhidas e fusionadas para nos fazer bordar nossa própria vida de hoje, de aqui-e-agora, nossa encarnação atual.  E sempre podemos ir mudando nossa forma de bordar, é claro, a partir da constante possibilidade de nossa ampliação da consciência. 

Eu diria que no momento em que o Bordado tenha ficado tão perfeito, tão perfeito, tão perfeito - tenha alcançado sua total perfeição - será o momento de nossa Iluminação!  Depois, possivelmente mais em outras tantas encarnações à frente, novamente esse Bordado alcançará sua perfeição suprema, dentro de nosso momento de Liberação, ou Imortalidade - quando nos tornaremos um estrela... ou um Bodhisattva, um ser de compaixão, disposto a salvar todas as almas encarnadas em um Planeta, como a Terra, por exemplo.
............

Dentro de minha trajetória pessoal de vida na ciência da astrologia, eu saí da psicologia e fundamentalmente da psicanálise para cair na astrologia - o que me deixou muito feliz.... porque eu falo muito e um bom psicanalista, não.

Então, a princípio, eu trabalhei minhas consultas, por alguns anos, dentro da Leitura mais Psicológica, realmente.  Um belo dia, porém, eu conheci um astrólogo com quem tive meia dúzia de aulas orientadas para profissionais, que me mostrou os primeiros passos da astrologia da alma.  Ali, eu aprendi os primórdios dos conceitos que mais tarde eu vim a definir como o Trem da Vida, de onde viemos, quem somos, e para onde vamos.

A partir de então, eu enveredei para os estudos da Espiritualidade do Tao e do Tantra primordiais - que sempre me fascinaram - e os fusionei com meu trabalho dentro da consulta astrológica.

Assim, eu trabalho numa fusão de Leitura Psicológica com Leitura Espiritual e com um leve toque de Leitura Kármica  (dentro do Trem da Vida) - sempre dentro do ponto de vista da Astrologia da Alma e do Auto-Conhecimento.  E é certo que também sempre existe uma boa pitada de Leitura Comportamental e de Leitura Factual.  De alguma forma, eu penso que a gente tem que ir se amoldando, o quanto pudermos, à compreensão do cliente que temos à nossa frente, seja ao vivo e em cores, seja à distância.

É sempre preciso que a gente possa ir ajustando nossos conceitos pessoais aos conceitos do cliente.  Mas com isso não quero dizer que devemos abandonar nossos critérios pessoais, nossa ética pessoal, nossa consciência e nossa compreensão da ciência da astrologia e sua abordagem apenas em função daquilo que o cliente poderia nos impor.  Não.  É preciso que a gente aprenda a sempre ir liderando o trabalho sim, com uma boa visão de nossa energia pessoal de Áries, porém dentro da boa harmonização dos dois pratos da Balança, em Libra, ou seja, de nós como os consultores em astrologia, em um prato, e o cliente, em outro prato.  Temos que buscar o fiel da Balança.  Temos que aprender a cativar o cliente para compreender nossa forma de expressão de comunicação dentro de nossa leitura e interpretação de seu mapa astral.  Assim fazendo, buscando o bom caminho do meio, o fiel da Balança, o trabalho tende a ser bem-sucedido.

É também preciso que a gente compreenda que nem todos vão curtir nossa leitura, nossa forma pessoal de realizar a leitura.  O que seria do amarelo se todos gostassem apenas do azul?  A verdade é que vai acontecendo uma espécie de alquimização entre a energia do conselheiro em astrologia e dos clientes que se sentem atraído por ele. 


Com um abraço estrelado,
Janine Milward

O homem se orienta pela terra
A terra se orienta pelo céu
O céu se orienta pelo Tao
E o Tao se orienta por sua própria natureza

Lao Tse


Você  nunca está só ou abandonado...
A força que guia as estrelas
guia você também


Srii Srii Anandamurti 



Quem sou eu

Minha foto
Sou uma estudiosa de alguns aspectos da vida.