SEU LIVRO DE VIDA
Quase tudo o que você quer saber
sobre Astrologia da Alma e do Auto-Conhecimento
Em 22 Capítulos/Volumes
© 2008 Janine Milward
Capítulo 1
O Risco do Bordado
Ética e Poder, dentro da Consultoria Astrológica
Janine Milward
As questões relacionadas à ética pessoal dentro do trabalho junto à ciência da astrologia, bem como as questões relacionadas ao Poder e ao seu (bom) uso.
A ética é uma questão absolutamente fundamental, a meu ver. Porém, eu também compreendo que a fundamentação da ética em si é algo inteiramente estruturado no ponto de vista pessoal de cada um de nós. Ou seja, aquilo que para mim pode parecer absolutamente anti-ético, para outra pessoa pode parecer inteiramente dentro da boa ética! Céus, essa é uma real dicotomia, na vida!
Dentro da Astrologia, existe o Poder.
Que poder é esse? É o fato de nos colocarmos em posição de lermos e interpretarmos o Risco do Bordado da outra pessoa. É certo que sempre faremos isso estruturados em nossa cultura pessoal, em nossa espiritualidade pessoal, em nossa postura pessoal diante da vida, em nossa ética pessoal.... mas a verdade é que estamos diante do Risco do Bordado, do desenho do desejo de realização da Alma de uma pessoa, estamos diante de questões que essa Alma trouxe, de forma sintetizada de algumas de suas vidas passadas, para serem realizadas e vivenciadas nessa vida de aqui-e-agora; estamos diante do Risco do Bordado que essa Alma quer vivenciar hoje e se orientar em relação às suas vidas futuras.
Através do fato de que podemos sacar a essência da pessoa, seus Aspectos mais harmoniosas e menos harmoniosos, seus Trânsitos de vida mais harmoniosos e menos harmoniosos, seus ciclos de vida que podem se apresentar mais harmoniosos ou menos harmoniosos... , enfim, tudo isso nos traz o Poder, não é mesmo?
Sendo assim, existe a necessidade de bem embasarmos esse nosso Poder dentro da nossa bem embasada, bem conscientizada, Ética.
E penso também que Ética pressupõe não somente um ponto-de-vista pessoal mas também um ponto-de-vista estruturado na ferramenta as quais estamos fazendo uso – normalmente em termos profissionais ou mesmo em termos pessoais e sociais e planetários, com toda a certeza.
Ao longo de meus tantos e tantos anos de prática de consultoria, de aulas e de escrita de textos e de livros na Astrologia, venho percebendo que, por mais que eu exerça e pratique esta ciência subjetiva das estrelas, ela vem sempre me ensinando mais e mais acerca seus arquétipos e como estes funcionam dentro do Baile de Arquétipos inserido nos mapas astrais e tudo isso aliado à vida pessoal, ao Dharma e ao Karma do Caminhante ou da situação em questão!
Sendo assim, eu diria que, por mais que pensemos que sabemos profundamente sobre alguma matéria, sempre esta estará nos apresentando seus novos temas, suas novas e sempre presentes possibilidades que não foram apresentadas anterioremente, que não foram ‘sacadas’ anteriormente, que não foram percebidas anteriormente, que não tiveram oportunidade de se mostrarem anteriormente, em tempo e espaço que andam sempre para frente mas que guardam as verdades do hoje orientado para o passado.
Neste sentido, eu penso sinceramente que a boa Ética na Astrologia nos leva a pensarmos duas vezes se estamos vivenciando-a realmente ou se estamos nos enganando e usando o Poder sempre que quisermos – seja de maneira explícita ou seja de maneira implícita -, usando o Poder sem nos darmos conta de que sempre existem outras tantas possibilidades arquetípicas que nunca poderão ser percebidas num simples aqui-e-agora no trabalho astrológico.
Portanto, existem situações que, a meu ver, não se coadunam com o fusionamento, consciente ou inconsciente, da boa Ética com o (bom ou mau uso do) Poder.
E uma dessas situações, por exemplo, acontece quando uma pessoa está diante da possibilidade de erigir o mapa astral de nascimento, Risco do Bordado, antecipatório a este mesmo nascimento.
Entre outras questões kármicas, é preciso ressaltar o fato de que: será que questões preconceituosas não estarão sendo levadas em conta e portanto, prejudicando este trabalho, pseudo trabalho, eu diria? Será que uma rápida ou mesmo longa olhada nos mapas potencialmente sendo compostos para o nascimento de uma criança estão efetivamente levando em conta o Baile dos Arquétipos e suas zilhões de situações..., situações estas que se apresentarão somente ao longo dos tantos e tantos anos da vida deste ser, ou desta situação dada, e que poderão ou trazer grandes alegrias ao consultor astrológico (ou mesmo, simples aprendiz ou curioso) em Astrologia ou poderá sempre lhe trazer grandes sustos e a compreensão de que jamais poderia ter imaginado, com antecedência prudente, sobre questões nem sempre agradáveis que estarão acontecendo e podendo desagradar tanto ao ser que teve seu mapa ‘tecido’ por abuso de Poder – acarretado por ausência de compreensão acerca a extensão de situações que acontecem a partir de um Baile de Arquétipos - e ausência de boa Ética na Astrologia, ou mais ainda, pelo próprio consultor em astrologia que erigiu determinado mapa de nascimento!
E eu diria que em termos destas questões acima comentadas no parágrafo imediatamente acima poderão ser ainda mais enfatizadas e intensificadas quando estas questões acontecem dentro do âmbito familiar.
Outra questão a ser conversada acerca de nosso trabalho, enquanto profissionais e consultores de astrologia: embora seja difícil se explicar ao cliente desejoso de invadir o mapa de marido, ou de algum amigo ou de namorado ou do sócio.... embora seja difícil se explicar sobre a questão da ética envolvida e sobre o poder envolvido nessa invasão de mapa.... é preciso que saibamos como agir nessas situações.
De uma forma geral, eu apenas realizo a leitura do mapa astral de uma terceira pessoa se a terceira pessoa me trouxer seu consentimento para tanto! Certamente existem exceções: a mãe que quer saber sobre o mapa astral de seu filho, por exemplo. Mas mesmo nesses casos, se o filho tiver mais do que dezesseis, dezessete anos, aí então eu já digo que eu estaria pronta a fazer a consulta de leitura do mapa astral diretamente com a presença desse filho e já com a não-presença da mãe. E é claro que existem sempre outros casos de exceção.
Como um exemplo, há alguns anos atrás, eu tinha uma cliente muito interessante, grande escritora, escritora famosa, realmente. Éramos também boas amigas. Certa vez, ela me trouxe o horário de um novo namorado seu, uma pessoa que ela queria namorar e me pediu para dar uma olhada no mapa dessa pessoa e me dizer alguma coisa sobre ela. Eu me recusei a tanto. Em suma, ela deixou de querer ser minha amiga - além de não mais ter voltado a ser minha cliente. Ela ficou furiosa.... mas enfim, o que fazer?
É preciso, portanto, amigo das estrelas, que tenhamos boa ética e nos mantenhamos dentro do andar da carruagem dessa boa ética que pretendemos assumir!
É preciso que a gente tenha um olho bem aberto para não deixarmos nossos clientes, ou amigos, ou parentes, ou alunos – ou mesmo a nós mesmos, em nosso ego -, ou quem quer que seja nos diga como trabalhar, como realizar nosso trabalho.... nos imponha suas necessidades pessoais ou seus desejos pessoais.... enfim, tudo aquilo que não esteja de acordo com nossa ética pessoal e com o bom andamento do nosso trabalho.
É preciso que saibamos lidar com o Poder e com a Ética, dentro da astrologia. E não somente dentro da astrologia, também dentro de outras ciências divinatórias. Assim eu penso.
E penso também, que você, amigo das estrelas, haverá de compreender sobre a importância das questões sobre Ética e Poder, ao longo de seu caminho sendo percorrido dentro da astrologia: quanto mais você vier a saber sobre a ciência da astrologia, mais você haverá de buscar seu patamar pessoal acerca de Ética e de Poder.
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Em termos do Mapa Composto e da Sinastria, eu diria que as questões acima comentadas deverão ser levadas em consideração, sem dúvida alguma.
Quando acontecem os casos de pedidos desses Trabalhos, eu realmente explico ao cliente a situação da ética minha profissional e peço que a outra pessoa a ser inserida no contexto do Trabalho venha até a mim para me fornecer seus dados pessoais e me trazer sua autorização explícita para que eu possa abrir seu mapa astral natal e os demais mapas coadjuvantes e teça o mapa composto e a sinastria com o cliente que realizou o pedido.
Eu penso que é bem melhor agir dessa maneira - mesmo correndo o risco de perder clientes insatisfeitos com essa minha exigência.
Finalmente, meu conselho aos meus amigos das estrelas é que não fiquem por aí dizendo sobre suas datas de nascimento, seus dados de nascimento - fundamentalmente em relação ao horário desse nascimento. E por que não? Porque assim nos preservamos em relação ao Poder mal-usado de pessoas de baixa ética quererem adentrar nosso Risco do Bordado, onde se revela nosso Eu Sou, nosso Eu Fiz, nosso Eu Faço e nosso Eu Farei, de maneira inteiramente clara e transparente.
Sendo assim, forneça seus dados pessoais de nascimento - fundamentalmente o horário (que nos permite levantar o mapa corretamente) - apenas para as pessoas em quem você se sente confiança.
Com um abraço estrelado,
Janine Milward