SEU LIVRO DE VIDA
Quase tudo o que você quer saber
sobre Astrologia da Alma e do Auto-Conhecimento
Em 22 Capítulos/Volumes
© 2008 Janine Milward
Capítulo 1
O Risco do Bordado
A Criação
O Universo e sua Forjaria
de Estrelas e de Vida
Janine Milward
O que for a profundeza do teu
SER, assim será teu DESEJO
O que for teu DESEJO, assim será
a tua VONTADE
O que for tua VONTADE, assim
serão teus ATOS
O que forem teus ATOS, assim
será teu DESTINO.
(Upanishad
IV,V)
O SER é a Consciência Cósmica, o
Tao, Paramapurusa, Deus: Eu Sou não-manifestado
O DESEJO é aquele que manifesta
o Ser Primordial: Eu Sou manifestado
A VONTADE é aquela que idealiza
a realização do movimento da Criação: Eu Farei
Os ATOS são aqueles que realizam
o movimento da Criação: Eu Faço
O DESTINO é aquele que manifesta
o movimento da Criação: Eu Fiz
A Criação existe a partir
de Deus, a Mente da Criação, que advém da Mente Cósmica que representa a
transição, o Umbral entre o Mundo da Manifestação e o Mundo da Não-Manifestação
– tudo isso advindo da real única existência: a Suprema Consciência, Deus da
Suprema Consciência, o Tao, o Caminho, algo que está muito além da compreensão
simples ou mesmo de qualquer linguagem de manifestação.
O Mundo da Não-Manifestação não comporta palavras, não pode ser
expresso. Quaisquer palavras ou formas
de expressão serão atreladas ao Mundo da Manifestação. Lao Tse, o Mestre do Tao, nos diz:
O Caminho (Tao) que pode ser
expresso, não é o Caminho constante
O nome que pode ser enunciado,
não é o Nome constante
Sem-Nome é o princípio do céu e
da terra
Com-nome é a mãe das dez mil
coisas.
Portanto, existe a Constância e existe a Duração. Existe a eternidade e existe a
efemeridade. Se quisermos chegar mais
próximos ao Mundo da Não-Manifestação, ao Tao, poderemos nomear o Sublime Yang,
a Luz, a imagem da Constância advinda da Suprema Consciência e materializada no
Mundo da Manifestação. Existindo a Luz,
advém o pressuposto da Não-Luz, a realização do Sublime Yin.
Podemos, dessa forma, apresentar uma imagem que nos vá traduzir a
possibilidade mínima ou máximo de manifestação dentro da materialização da
primordialidade da singularidade da Suprema Consciência: é a Mandala do Tai
Chi, o enlaçamento do Sublime Yang ao Sublime Yin, em Eterno Retorno.
No Mundo da Manifestação, a Mandala do Tai Chi vai nos apresentar o
Sublime Yang como representação da Luz e do Tempo (a Constância da Vida) e o
Sublime Yin, como a representação da Não-Luz e do Espaço (a Duração da
Vida). Podemos, então, compreender que a
Vida, assim como a conhecemos, é um entrelaçamento entre os Sublimes Yang e
Yin, entre a Luz e a Não-Luz, entre o Tempo e o Espaço, entre a Constância e a
Duração, entre a Eternidade e a Efemeridade.
Dentro do universo que denominamos de Vida, aparentemente tudo
teria começado – e esse começo seria a sintetização de um final anterior... - a partir de energias Yang e Yin concentradas dentro de um pequeno
ôvo, digamos assim. Shakespeare
denominou Universo dentro de uma casca de
noz. De tal forma essa energia se
concentrou... que explodiu naquilo que chamamos de Big Bang... e todo nosso
universo se formou a partir de então e foi se ampliando e de desenvolvendo,
concentrando essa energia espraiada em estrelas compactas e imensas que
explodiram ainda bastante jovens, deixando seus restos continuarem sua viagem e
sua expansão desse mesmo universo em tempo e espaço, formando novas estrelas e
novas vidas. E certamente, sempre
formando novos universos: o Pluriverso ou Multiverso.
Nosso Sol faz parte dessa sucessão de vidas estelares, já em seu
terceiro ou quarto tempo, ou seja, faz parte dessa re-encarnação de estrelas –
e nós também! Toda a Criação assim como
a conhecemos é Poeira de Estrelas.
Sendo poeira de estrelas, temos em nosso corpo e conseqüentemente
em nossa mente, guardados toda a herança deixada pelas estrelas nossas
antecedentes, como uma árvore genealógica da galáxia, do universo em que
vivemos. Assim, existe dentro de nós e em nós o passado, o presente e o futuro,
tudo dentro de nossa vida, numa mesma simultaneidade do universo.
Em nosso Espírito e em nossa Alma – energias primordiais de
manifestação da mente em Luz e Não-Luz, Yang
e Yin -, trazemos nossa parte desse
Deus da Criação, Deus da Mente Cósmica, Deus da Suprema Consciência – a Sagrada
Trilogia, sendo sempre apenas um único Deus, sem dúvida alguma manifestado
através de si enquanto Pai, Filho e Espírito que encarna e que traz a Criação e
que faz a Criação poder acontecer. Nós
nos encaixamos dentro do Filho. E por
isso mesmo, vamos encarnando ao longo das re-encarnações das estrelas do
universo, em Espírito e Alma, sempre, até que retornemos à Casa do Pai.
Ao longo da vida do universo em que vivemos – ou mesmo, quem sabe,
de outros universos existentes na Criação como um todo -, nosso Espírito e
nossa Alma – energias de manifestação da mente em Luz e Não-Luz, Yang e Yin -, vão amealhando sua expansão de mente, vida após vida, em
vivências sucessivas – as chamadas re-encarnações.
Nosso Espírito, então, é parte desse todo de universos, desse Todo
do nosso universo – nosso Espírito é tão antigo quanto nosso universo porque
certamente nasceu junto com ele, semente que éramos nós e o resto do universo.
E hoje, depois de quase quatorze bilhões de anos de vida de nosso universo
(13.7 bilhões de anos, para sermos mais precisos) – somos ainda tão jovens,
ainda entrando na adolescência do universo.... – somos as mesmas sementes
oriundas da explosão inicial da semente primordial que deu luz ao nosso
universo.
Assim, nosso Espírito vem vindo de estrela em estrela, acoplando
sua luz e não-luz à matéria – luz é matéria – e fusionando nesse Espírito uma
mente que vai se ampliando e acumulando a memória do próprio universo – a Alma.
Nosso Espírito é a Luz que dá Vida à matéria, mente, à encarnação, ao nosso
corpo físico. A Alma é aquela que modela essa vida e a torna vivente.
Nosso Espírito é anterior ainda a esse nosso universo e a todos os
possíveis universos.... porque é parte unitária
da Unidade Absoluta do Tao da Criação. Nossa Alma é anterior ainda a esse nosso
universo e a todos os possíveis universos... porque é a parte coletiva fusionada à Unidade Absoluta do
Tao da Criação.
Nosso Espírito possui –
anteriormente e posteriormente – a eternidade do tempo e espaço do universo em
que vivemos mas nosso corpo físico possui a duração do tempo e do espaço do
planeta aonde encarnamos, onde a matéria acolhe nosso Espírito que traduz a
Vida essencial do Tao – e nossa Alma que traduz o Sopro Primordial da Criação,
o Pranah, Chi, o fole universal, a
força vital.... mesmo que o corpo físico seja produto da metamorfose estelar
desde o início deste universo.... que por sua vez já é a metamorfose de um
universo anterior... numa Eterna Mutação.
A Alma vai trazendo consigo o
fusionamento entre o Espírito e a matéria, a cada tempo e espaço em que ambos
se apresentam na Criação, seja na Luz ou seja na Não-Luz. Dessa forma, a Alma é a própria memória que a
mente carrega consigo desde antes desse universo em seu tempo de Não-Luz,
durante a vida desse universo em seu tempo de Luz, e certamente depois desse
universo, novamente em seu tempo de Não-Luz.
No entanto, diferente do Espírito que possui a infinitização do
tempo, a Alma é certamente também infinita porém apresenta-se em sua finitude
de espaço. Ou seja, a cada
materialização de Luz ou Não-Luz, a Alma assume o tempo e o espaço dessa
materialização. Dessa forma, podemos
dizer que a Alma é a própria biblioteca do universo, realizando a mente em seu
Ciclo de Brahma, do sutil ao denso,
do denso ao sutil – ao longo de sua incontável e infinita possibilidade de
manifestação dentro do Eterno Retorno do movimento do Caminho.
Com um abraço estrelado,
Janine Milward