Dicas Iniciais sobre a Leitura e Interpretação da Mandala Astrológica





SEU LIVRO DE VIDA

Quase tudo o que você quer saber
 sobre Astrologia da Alma e do Auto-Conhecimento
Em 22 Capítulos/Volumes
© 2008 Janine Milward


Capítulo 1

O Risco do Bordado

Dicas Iniciais
sobre a Leitura e Interpretação da Mandala Astrológica


Buscando saber a hora absolutamente correta do nascimento
Por Onde Começar?


Buscando saber a hora absolutamente correta do nascimento

Janine Milward

Seu cliente lhe telefonou lhe trazendo seus dados de nascimento, a hora da consulta foi marcada, tudo está pronto na telinha do computador, incenso aceso, jarra com água fresca e dois copos limpinhos e transparentes, silêncio...  Vamos então começar a trabalhar?

Sim.... mas.... será que a hora de nascimento fornecida pelo seu cliente é realmente o momento certeiro de sua primeira inspiração e de sua primeira expiração - seu real momento de nascimento?
Vamos ter que procurar por essa certeza, sem dúvida alguma.  Se o mapa não estiver absolutamente correto, pode acontecer de a leitura também ficar meio desviada de sua certeza, pode acontecer um certo desconforto entre você, enquanto profissional, e seu cliente, enquanto cliente, entende?

Sendo assim, se levanta a pergunta: como ter a boa certeza de que o mapa astral natal - o Risco do Bordado - que temos diante de nós realmente corresponde à realidade real do cliente?

É muito simples.  Primeiramente, procure olhar a Grande Cruz, os Quatro Quadrantes, dentro da Mandala Astrológica.  Veja se existem Planetas ou Pontos ou Luminares ou um tanto antes da Linha do Ascendente, ou Descendente, ou Fundo do Céu ou Meio do Céu.  Ou se existem Planetas ou Pontos ou Luminares após. 

Trocando em miúdos:  em se tratando da Linha do Ascendente, veja se existe algum arquétipo ainda na Casa Doze - e de preferência dentro do mesmo signo do Ascendente -, ou veja se existe algum arquétipo já na Casa Um - de preferência dentro do mesmo signo do Ascendente....  mas também não tem problema se não for dentro do mesmo signo do Ascendente.

Por exemplo: um Ascendente a 14 graus de Sagitário e uma Lua a 20 graus de Sagitário, já na Casa Um.  20 - 14, dá 6. Muito bem: você, meu caro amigo das estrelas, perguntará diretamente ao seu cliente sobre algum evento acontecido em sua vida por volta de seus seis anos de idade....  e você tem que ter em mente que o signo de Câncer, nesse mapa, estará ocupando uma parte da Casa Sete e estará dando entrada à Casa Oito do seu cliente.

Seu cliente poderá não se lembrar de nada.  Okey, não insista e procure por outra possibilidade dentro dos três outros quadrantes.  Seu cliente poderá se lembrar de algum evento e lhe responder de forma que você haverá de ficar inteiramente satisfeito com a resposta - pois de alguma maneira, essa resposta estará comentando sobre alguma coisa relativa ao arquétipo da Lua e mais talvez sobre a Casa Sete ou sobre a Casa Oito.

E pode acontecer de seu cliente lhe responder contando algum evento super simpático dentro dos arquétipos envolvidos, nos trazendo a certeza de que estamos seguindo em bom caminho sim, mas.... ao invés de ter sido por volta dos seis anos de idade... aconteceu por volta dos quatro anos, ou dos sete anos....  Então, o que a gente faz?  A gente faz a correção do mapa natal - se seu Programa de computador assim permitir (o meu é simples como água) -, trazendo a diferença de graus entre a Lua e o Ascendente - como no  exemplo acima - para o número de anos que a pessoa citou dentro do evento mencionado e relatado.

Se a pergunta do profissional for relativa a algum arquétipo dentro da Casa Doze, é bom que se tenha em mente que estará lidando com questões acontecidas ainda antes do nascimento do seu cliente, ainda em seu tempo de gestação ou mesmo ainda antes do seu tempo de gestação.... sendo assim, é terreno mais delicado e meu conselho é não usar a Casa Doze até o profissional estar bem afiado e bem amadurecido dentro não somente de seus conhecimentos da astrologia em si mas também da psicologia...

Se a pergunta do profissional for relativa a algum arquétipo dentro da Casa Três, por exemplo, em relação à diferença de número de graus com a entrada da Casa Quatro, do Fundo do Céu, pode ser em relação ao nascimento de algum irmão mais novo...; ou  ao tempo de entrada no colégio, enfim coisas relativas à Casa Três.

Se a pergunta do profissional for relativa a algum arquétipo dentro da Casa Sete, por exemplo, em relação à diferença de número de graus com o Descendente - ou mesmo ainda dentro da Casa Seis - pode ser em relação a casamento da pessoa ou de seus pais ou mesmo de atuação de trabalho ou de noivado da pessoa ou de seus pais.

Se a pergunta do profissional for relativa a algum arquétipo dentro da Casa Nove, por exemplo, em relação à diferença de número de graus com o Meio do Céu - ou mesmo já dentro da Casa Dez - pode ser em relação a viagens, a estudos avançados, etc.

Enfim, de uma forma geral sempre existe algum arquétipo próximo a um ponto do Quadrante que venha nos dar uma dica de como encetaremos nossa pergunta para bem podermos retificar ou ratificarmos o horário de nascimento e o mapa astral natal - o Risco do Bordado.
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É também importante conversarmos acerca do fato de que podemos considerar que cada Casa, a partir do Ascendente e da Casa Um em diante, possa vir a ser vivenciada a cada sete anos de nossa vida.

Sendo assim, do Ascendente e da Casa Um até a Casa Dois, poderíamos estar falando sobre os primeiros sete anos de nossa vida, nossa primeira infância.  De sete a quatorze anos, Casa Dois.  De quatorze a vinte e um anos, Casa Três.  De vinte e um a vinte e oito, Casa Quatro.  De vinte e oito a trinta e cinco, Casa Cinco.  De trinta e cinco a quarenta e dois, Casa Seis.  De quarenta e dois a quarenta e nove, Casa Sete.  De quarenta e nove a cinqüenta e seis, Casa Oito.  De cinqüenta e seis a sessenta e três, Casa Nove.  De sessenta e três a setenta, Casa Dez. De setenta a setenta e sete, Casa Onze. De setenta e sete a oitenta e quatro, Casa Doze!

Portanto, se o cliente tiver luzes em sua Casa Três, por exemplo, poderão ser interpretadas como ações arquetípicas mais consistentes em sua juventude... e novamente sua proximidade com o Fundo do Céu poderá nos fazer levantar nossas perguntas em termos de procurarmos ratificar ou retificar o horário de nascimento.  Da mesma forma, questões que são encontradas em Casa Seis em relação ao Descendente, já com o cliente em sua maturidade.  E finalmente, questões que são encontradas em sua Casa Nove, já com o cliente em sua real e maior maturidade de vida.

É bom que se saiba que em termos das leituras seguintes - Retornos, Revoluções solares ou lunares, etc - não faz grande diferença uma simples questão de alguns minutos.  Porém,  em termos de leitura de Trânsitos de Planetas Lentos - a partir de Júpiter, Saturno, Quiron, Urano, Netuno e Plutão - ah, é importante realmente que a gente garanta uma feitura absolutamente correta do Risco do Bordado... por causa das entradas nas Casas, fundamentalmente, principalmente quando se trata de Urano e de Plutão adentrando as Casas e as Linhas de Ascendente - trazendo inteira re-orientação de vida -, de Fundo do Céu - movimentando inteiramente as raízes fundamentais da pessoa; de Descendente - trazendo ou casamento ou descasamento...; e finalmente, de Meio do Céu - re-orientando as metas de vida a serem realizadas e cumpridas pela pessoa.

Sendo Urano e Plutão Planetas Lentos, um erro de três a quatro graus nas Entradas de Casas do Grande Quadrante, por exemplo, pode trazer um engano de um a dois anos dentro de nossas previsões, dentro da previsão, em nossa leitura.




Por Onde Começar?

Janine Milward


Essa é uma pergunta que eu sempre me faço ao começar um trabalho.  Normalmente, eu faço um pequeno Prólogo sobre o que é o Risco do Bordado, o mapa astral, o que é a Astrologia da Alma e do Auto-Conhecimento.... enfim, quase que o cliente dorme....  Mas a verdade é que eu tenho que ir esquentando meus motores, tenho que ir sentindo a energia do cliente e o pequeno prólogo está sempre na ponta da língua e enquanto isso eu vou esquentando meus motores...

Aí então, eu começo a leitura, depois de ter, normalmente, realizado a pergunta-chave inicial de retificação ou de ratificação do horário de nascimento, da boa feitura do mapa.

Às vezes, acontece que o começo da leitura parte da resposta do cliente em relação à minha primeira pergunta...  volta e meia isso acontece sim, a gente vai enveredando mapa adentro....

Céus, não sei bem responder a essa questão: por onde começar a leitura?  Se por acaso eu meio que olhar o mapa e ainda não ter muito assunto, eu vou atrás da descrição do Sol - signo, Casa, etc...; depois do Ascendente, da Lua, do regente do Ascendente - sem que precise ser nessa ordem...

A verdade é que a resposta à essa questão: por onde começar?... é bem relativa à forma que o profissional vai direcionar sua leitura, se será mais factual, mais comportamental, mais espiritual, mais psicológica, mais kármica....

Eu sempre penso, no entanto, que a gente, enquanto profissional de astrologia, tem que ter o maior cuidado para não ficar falando astrologuês.... e também para não exatamente ficar citando os nomes de Plutão e de Urano.... (porque sempre as pessoas são muito preconceituosas a respeito desses dois Planetas)... e também não ficar citando literalmente sobre os trânsitos em si - ou seja, uma coisa é ir fazendo a leitura e outra coisa é ir dando nomes aos bois...  E certamente não ficar citando os Aspectos em si.... fundamentalmente quando se trata de Aspecto menos simpático, menos harmonioso...

Eu não penso que seja simpático o profissional ir dando nomes aos bois.  Em primeiro lugar, o cliente vai ficar boiando.... sem entender patavina daquilo que está sendo dito.  E se entender, já em segundo lugar, vai haver uma espécie de contenda, de confronto, entre aquilo que o profissional está querendo dizer com o possível pré-conceito que seu cliente tenha em relação aquilo que está sendo dito.

E meu grande conselho é o seguinte: jamais, jamais, jamais, toque em assuntos de perdas dramáticas, de possível morte do cliente e de morte de seus parentes ou pessoas mais chegadas, etc....  Primeiramente, jamais saberemos se aquilo que estamos diante do mapa astral do cliente - ou seja, trânsitos mais dramáticos ou revoluções solares mais dramáticas - se tudo aquilo vai estar indicando realmente morte ou grandes perdas ou grandes cirurgias, internações hospitalares, acidentes, etc. e tal...  Jamais teremos a plena certeza sobre isso.  Meus anos e anos e anos - já quase vinte anos de trabalho dentro da leitura e interpretação de mapa astral vêm me ensinando sobre esse tema fundamental: jamais temos a certeza de nada.

A Astrologia - dentro do mapa astral - é como se fosse um mapa mesmo: vira à esquerda, vira à direita... ou seja, poderemos sempre estar direcionando, orientando, conduzindo nosso cliente, fazendo-o mais consciente sobre si mesmo e sobre sua vida, isso é certo.  Mas a astrologia não é exatamente uma vidência.  Astrologia é uma coisa, vidência é outra coisa.  Astrologia é uma coisa, premonição é outra coisa.  Certamente existe uma inter-relação entre esses assuntos, sim, dentro do fato de que tudo aquilo que existe entre o céu e a terra, pertence à Sincronicidade e a Astrologia é uma ciência que se estrutura dentro fundamentalmente da sincronicidade.  Mas mesmo assim,que fique bem claro que jamais, jamais, poderemos ter a certeza absoluta sobre as questões que se apresentam dentro do mapa astral ou dentro dos mapas coadjuvantes.

Gostaria de citar o mapa de Ayrton Senna que trazia uma conjunção entre Saturno e Lua em Capricórnio, em sua Casa Doze. E que no ano que fez sua passagem, não somente Urano beijando essa conjunção como também sua revolução solar trazia seu Sol na entrada de sua Casa Doze.  Podemos entender, entre outras tantas possibilidades desses arquétipos de Saturno e Lua em Capricórnio  e em Casa Doze, como pai e mãe enlutados, bem como o cotidiano das pessoas, de uma forma geral, também enlutado, já que esse Saturno e essa Lua governavam suas Casas Seis e Doze.  Podemos entender a revolução solar com o Sol na Casa Doze, entre tantas outras possibilidades desse arquétipo, como passagem entre a vida e não-vida.  Mas certamente existem várias outras possibilidades desses arquétipos acima mencionados atuarem de maneira diferenciada.  Então, se eu tivesse sido a astrólogo desse rapaz, pelo menos naquele seu momento de vida, eu lhe traria metáforas acerca desses arquétipos.  Ou seja, incentivá-lo a mudar de rumo de vida, pelo menos naquele momento, quem sabe parar por um ano, descansar, repousar, buscar outros caminhos, fazer outras coisas, quem sabe se espiritualizar mais, quem sabe... 

Essa é uma questão que permanece: podemos ou não podemos interferir no chamado destino? Creio que podemos sim.  Creio que podemos sempre estar trazendo à tona nossa plenitude de consciência.  Essa sim, deverá nos trazer nossa maior lucidez em relação aos nossos atos, através de nosso livre-arbítrio.  Nosso livre-arbítrio e nosso Dharma, que é nossa maneira essencial de ser, juntos, realizam nossas ações, nossos Karmas e também juntos terão que enfrentar nossos Samskaras, as reações em potencial às nossas ações anteriores.

Da mesma forma, poderemos tão somente orientar nosso cliente em relação a esse tema!

No caso do Ayrton Senna, se lhe fossem oferecidas outras opções de vida e ao mesmo tempo, se lhe fosse oferecida uma maior orientação para ele vivenciar sua vida, seu livre-arbítrio e seu Dharma no sentido de poder buscar novos rumos, interferir em seu destino..... talvez, quem sabe, só Deus sabe, talvez ele tivesse se salvado, talvez, quem sabe.  Ou, por outro lado, mesmo sendo oferecido uma maior orientação em sua plenitude de consciência acerca de seu destino...., ele poderia, conscientemente, ter optado por seguir seu rumo de vida, do jeito que seguiu, optando por isso, optando por isso - e seja o que Deus quiser!  E Deus quis.

Um Sol em revolução solar dentro da Casa Doze não precisa necessariamente ser lido como passagem da vida para a não-vida.  Não precisa ser lido como uma necessária e imperiosa intervenção cirúrgica, um tempo de internação, um tempo de solidão....  Mas pode significar um tempo de introversão, de interiorização, de estar sozinho consigo mesmo e com suas verdades, de busca de si mesmo, de intensificação da espiritualidade...  Pode significar um tempo de encontro com a arte e o espírito de maneira inteiramente aprofundada, bem enraizada.  Pode significar um tempo de doença, sim, mas nada dramático, nada que não se possa vir a bem tratar e cuidar e retornar à boa saúde.  Pode significar uma perda sim, mas não necessariamente de entes queridos, ou de trabalho, ou de casa... mas quem sabe, uma perda mais subjetiva, que lhe traga uma total reorientação na vida, no rumo da vida.

Quantas vezes eu já passei revoluções solares em minha vida que me traziam meu Sol se posicionando em Casa Doze? Várias vezes.  Quantas vezes eu já passei por revoluções solares me minha vida que me traziam meu Sol se posicionando em Casa Sete?  Várias vezes.  Morri? Não.  Casei? Não.

É por isso que eu digo que a gente jamais, jamais, jamais, sabe o que irá acontecer.  Sendo assim, é bom que a gente possa comunicar ao nosso cliente que aquela revolução solar estará lhe trazendo uma verdadeira re-orientação de vida.... e quem sabe não seria melhor aquele ano abandonar as pistas de corrida de Fórmula 1 e ir pescar numa ilha tropical e maravilhosa? Ou ir passar um tempo num Mosteiro do Tibet? Ou um tempo no Sítio das Estrelas, ashram maravilhosos e tão pertinho... !  Da mesma forma, se virmos um Sol em Casa Sete, poderemos entender que existe a possibilidade de casamento, sim, mas também que será um tempo de iluminação e abertura de inter-relações, como um todo, para nosso cliente, para associações, para encontros vários com seu Outro mais pessoal ou como seu Outro mais impessoal....

Enfim, sempre podemos usar as metáforas para conduzir nosso cliente a buscar mais fundo em sua própria consciência e sobre seus rumos de vida.  Não precisamos exatamente informar ao cliente ipsis literis acerca de questões sobre as quais não temos a plena certeza!  Não somos Deus, essa é a verdade.  Não sabemos sobre o destino; mas sabemos como orientarmos as pessoas a enfrentarem seus destinos, esse é o bom trabalho da astrologia da alma e do auto-conhecimento.

Houve um outro caso, dentro de minha prática de trabalho, em que eu realmente levei um susto quando li no jornal que um cliente meu havia realizado sua passagem da vida para a não-vida: eu não tinha percebido absolutamente nada vezes nada sobre essa possibilidade!  Era um cliente antigo, com vários anos sob meu acompanhamento de aconselhamento astrológico, era uma pessoa com bastante ampliação de sua consciência.  Bem me lembro que li para ele sua última revolução solar que dizia sobre a possibilidade de uma inteira re-orientação em seu casamento.  Apenas isso.  E no entanto, foi a última vez que o vi, ele se foi.

Também posso me lembrar de uma cliente minha que lidava maravilhosamente com as cartas do tarot.  Um belo dia, ela me apareceu em meu consultório, séria, me dizendo que havia visto nas cartas sobre sua possibilidade de saída da encarnação.  Eu abri sua revolução solar e ali poderia estar dizendo acerca de uma intervenção cirúrgica.... mas não necessariamente lhe trazendo a perda da vida.  Mas, infelizmente, ela não sobreviveu à essa intervenção.  Mas ela estava inteiramente lúcida sobre essa possibilidade.  E mesmo assim, eu não pude lhe afirmar sobre algo que eu não sabia com certeza, sobre algo que eu não tinha certeza.... porque não dá, nunca dá para a gente ter certeza. 

A única certeza que temos é de que não temos certeza.
Sendo assim, temos que aprender a usarmos das metáforas.  

Temos que aprender a bem sentirmos e a reconhecermos não somente a energia do nosso cliente como também sobre o seu desenvolvimento, sobre sua ampliação de consciência.  Existem clientes com quem podemos sempre conversar mais profundamente, sobre suas questões de vida, com quem podemos trazer à tona questões menos harmoniosas em sua vida.  Existem outros clientes que verificamos que sempre vão estar muito assustados em relação à situações mais periclitantes em suas vidas, sempre.  Então, temos que aprender a usar metáforas em nosso trabalho, temos que aprender a  agirmos assim como a água que vai lentamente e transparentemente, contornando as pedras do caminho, os obstáculos.  Temos que ir aprendendo a ir contornando e bem lidando com as situações mais difíceis, dentro de nossa leitura e interpretação do mapa astral.  Podemos até termos um bom nível de alguma certeza acerca de algumas situações em relação à vida daquele cliente que está diante de nós.... mas temos também que perceber se é possível ou não - ainda não - colocarmos essas situações de forma inteiramente desnudada para esse cliente.

Acontece, por vezes, que determinadas situações ainda não estão no nível nem do pré-consciente do cliente - e menos ainda do seu consciente....  É preciso sabermos trabalhar com o tempo, tempo para nós, tempo para o cliente.  O cliente precisa de tempo para amadurecer, para poder perceber determinadas situações que acontecerão em sua vida - e que o astrólogo já sabe, de antemão, sobre as mesmas.... mas o cliente ainda não.

Bem me lembro, certa vez, eu estava atendendo uma  atriz da Globo que se dizia uma das mais bens casadas da televisão, com um casamento de anos a fio.....  Ao mesmo tempo em que ela dizia isso, eu olhava para seu Descendente em determinado grau de Capricórnio que iria, mais dia, menos dia, em cerca de três a quatro anos à frente, ser beijado por Urano, o despertador, o corte guilhotinal: certamente o casamento dela iria, no mínimo, dar uma imensa balançada!  E a verdade é que anos depois, ela se separou do marido de tantos e tantos anos - casamento capricorniano sim mas que não conseguiu segurar o corte guilhotinal de Urano.  Mas é certo que durante algumas de nossas sessões, essa moça já falava sobre o quão estava insatisfeita com seu casamento, etc. e tal - mesmo que ainda não aventasse a possibilidade de vir a separar-se do marido...  Mas eu jamais disse a ela, jamais afirmei a ela, que eu achava que haveria o final do casamento dela, eu não poderia jamais afirmar isso.  Eu poderia, e pude, apenas conversar mais aprofundadamente com ela acerca de seus sentimentos da dificuldade do momento em se relacionar com seu marido - e em sendo ela uma Libriana, quem era ela e quem era o marido dela, enfim, trabalhar com a lucidez e a expansão da consciência dela acerca de si mesma, reforçar a identidade individualizada dela...     

Se tivermos a boa oportunidade de ir seguindo o cliente, anos após anos, em nosso trabalho, aí então veremos, com toda a certeza, que a cada avanço de sessão - mesmo que possa vir a ser apenas uma sessão anual.... -, nosso cliente sempre nos apresenta uma ampliação de sua consciência, isso é absolutamente verdadeiro!  E se não apresentar, é realmente uma pena!

Jamais ficamos sem assunto para comentarmos com nossos clientes antigos, que nos acompanham em suas vidas pessoais e em nossas vidas profissionais, durante anos e anos.  Sempre estaremos evoluindo - assim esperamos!  Sempre estaremos sendo atuados pelos Arquétipos e suas sincronicidades, sob os trânsitos que vão sempre se movimentando ao longo de seus passeios através nosso mapa astral natal.  Sempre estaremos diferenciando um ano do outro, em função das revoluções solares que sempre nos trazem novas indicações para aquele determinado momento de vida.  Sempre estaremos refazendo nossos cenários e nossos textos de vida através a progressão do nosso mapa astral natal....  Não somente nosso cliente cresce, amadurece, evolui, amplia sua consciência: nós também crescemos, amadurecemos, evoluímos, ampliamos nossa consciência!

Eu penso que, se deixarmos que nossa sensibilidade psíquica assuma o comando de nossa leitura - deixando a racionalidade um tanto de lado e deixando de ficar olhando o mapa em si todo o tempo, como se estivesse seguindo um caminho dentro do trânsito lotado de São Paulo, por exemplo - se a gente se deixar fluir para poder nos encontrar com a alma, com a essência da pessoa que está sendo lida e interpretada...., os assuntos florescerão em nossa mente e nossa capacidade de bom acerto em nosso trabalho e de boa execução de nossa leitura estará sendo muito bem-sucedida!

Os arquétipos vão se movimentando como se estivessem dançando um Baile, entre si.  Eles vão contando suas histórias, naturalmente, e nós apenas vamos as escutando e as repetindo para nosso boquiaberto cliente!

Céus, acho que não ajudei em nada, não foi mesmo?  Mas é mesmo assim, cada um tem sua maneira de ir lendo e interpretando o mapa que tem diante de si para a pessoa que tem diante de si.

Uma coisa é certa: o profissional tem que ter um Urano muito intenso para poder ir sempre se lembrando de tudo aquilo que já foi dito e que está sendo dito e que estará sendo dito mais adiante, fusionando e sintetizando tudo e todos os mapas que se disporá a ler.  Fazendo assim, sua leitura será sempre muito profícua, sem dúvida alguma.

Se é difícil se dizer por onde começar, talvez não seja muito difícil se dizer por onde terminar.  Eu penso que, antes de mais nada, deve haver um limite de tempo, tempo esse que seja o máximo que o profissional sabe que vai render seu trabalho.  Dentro do meu trabalho, da forma de eu realizar meu trabalho sobre a qual eu exponho mais adiante, uma hora é bem pouco; uma hora e meia, dependendo do cliente, já é bom.  Duas horas é perfeito.  Mas do que duas horas, nem pensar!  Sendo assim, eu aviso meu cliente para trazer duas fitas cassete de 60 minutos... que poderão vir a ser usadas inteiramente - ou não.

É importante se dizer que o profissional não deve deixar que seu cliente o sugue, inteiramente, fazendo-o estender ilimitadamente o tempo da consulta, levando-o a um cansaço terrível...

De uma forma geral, dez minutos antes do horário limite da consulta, eu pergunto ao cliente se ele tem alguma pergunta a fazer.... se não, eu dou um fecho simpático à sessão e a encerramos.

Uma coisa é certa, pelo menos dentro do meu trabalho: eu sempre gosto que meu cliente saia da sessão levando consigo tudo aquilo que eu pude lhe transmitir naquele momento.  Eu nunca sei se o cliente vai voltar ou não; sendo assim, me sinto bem ao encerrar a consulta tendo lhe dito tudo aquilo que poderia ter dito.  No entanto, é sempre bom a gente aprender com os autores das novelas de televisão que sempre deixam um certo suspense no final.... até o próximo capítulo...


Com um abraço estrelado,
Janine Milward

O homem se orienta pela terra
A terra se orienta pelo céu
O céu se orienta pelo Tao
E o Tao se orienta por sua própria natureza

Lao Tse


Você  nunca está só ou abandonado...
A força que guia as estrelas
guia você também


Srii Srii Anandamurti 



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Sou uma estudiosa de alguns aspectos da vida.