SEU LIVRO DE VIDA
Quase tudo o que você quer saber
sobre Astrologia da Alma e do Auto-Conhecimento
Em 22 Capítulos/Volumes
© 2008 Janine Milward
Capítulo 1
O Risco do Bordado
Dicas Iniciais
sobre a Leitura e Interpretação da Mandala
Astrológica
Buscando saber a hora
absolutamente correta do nascimento
Por Onde Começar?
Buscando saber a
hora absolutamente correta do nascimento
Janine Milward
Seu cliente lhe telefonou lhe trazendo
seus dados de nascimento, a hora da consulta foi marcada, tudo está pronto na
telinha do computador, incenso aceso, jarra com água fresca e dois copos
limpinhos e transparentes, silêncio...
Vamos então começar a trabalhar?
Sim.... mas.... será que a hora de
nascimento fornecida pelo seu cliente é realmente o momento certeiro de sua
primeira inspiração e de sua primeira expiração - seu real momento de
nascimento?
Vamos ter que procurar por essa certeza,
sem dúvida alguma. Se o mapa não estiver
absolutamente correto, pode acontecer de a leitura também ficar meio desviada
de sua certeza, pode acontecer um certo desconforto entre você, enquanto
profissional, e seu cliente, enquanto cliente, entende?
Sendo
assim, se levanta a pergunta: como ter a boa certeza de que o mapa astral natal
- o Risco do Bordado - que temos diante de nós realmente corresponde à
realidade real do cliente?
É muito simples. Primeiramente, procure olhar a Grande Cruz,
os Quatro Quadrantes, dentro da Mandala Astrológica. Veja se existem Planetas ou Pontos ou
Luminares ou um tanto antes da Linha do Ascendente, ou Descendente, ou Fundo do
Céu ou Meio do Céu. Ou se existem
Planetas ou Pontos ou Luminares após.
Trocando em miúdos: em se tratando da Linha do Ascendente, veja
se existe algum arquétipo ainda na Casa Doze - e de preferência dentro do mesmo
signo do Ascendente -, ou veja se existe algum arquétipo já na Casa Um - de
preferência dentro do mesmo signo do Ascendente.... mas também não tem problema se não for dentro
do mesmo signo do Ascendente.
Por exemplo: um Ascendente a 14 graus de
Sagitário e uma Lua a 20 graus de Sagitário, já na Casa Um. 20 - 14, dá 6. Muito bem: você, meu caro
amigo das estrelas, perguntará diretamente ao seu cliente sobre algum evento
acontecido em sua vida por volta de seus seis anos de idade.... e você tem que ter em mente que o signo de
Câncer, nesse mapa, estará ocupando uma parte da Casa Sete e estará dando
entrada à Casa Oito do seu cliente.
Seu cliente poderá não se lembrar de
nada. Okey, não insista e procure por
outra possibilidade dentro dos três outros quadrantes. Seu cliente poderá se lembrar de algum evento
e lhe responder de forma que você haverá de ficar inteiramente satisfeito com a
resposta - pois de alguma maneira, essa resposta estará comentando sobre alguma
coisa relativa ao arquétipo da Lua e mais talvez sobre a Casa Sete ou sobre a
Casa Oito.
E pode acontecer de seu cliente lhe
responder contando algum evento super simpático dentro dos arquétipos
envolvidos, nos trazendo a certeza de que estamos seguindo em bom caminho sim,
mas.... ao invés de ter sido por volta dos seis anos de idade... aconteceu por
volta dos quatro anos, ou dos sete anos....
Então, o que a gente faz? A gente
faz a correção do mapa natal - se seu Programa de computador assim permitir (o
meu é simples como água) -, trazendo a diferença de graus entre a Lua e o
Ascendente - como no exemplo acima -
para o número de anos que a pessoa citou dentro do evento mencionado e
relatado.
Se a
pergunta do profissional for relativa a algum arquétipo dentro da Casa Doze, é
bom que se tenha em mente que estará lidando com questões acontecidas ainda
antes do nascimento do seu cliente, ainda em seu tempo de gestação ou mesmo
ainda antes do seu tempo de gestação.... sendo assim, é terreno mais delicado e
meu conselho é não usar a Casa Doze até o profissional estar bem afiado e bem
amadurecido dentro não somente de seus conhecimentos da astrologia em si mas
também da psicologia...
Se a
pergunta do profissional for relativa a algum arquétipo dentro da Casa Três,
por exemplo, em relação à diferença de número de graus com a entrada da Casa
Quatro, do Fundo do Céu, pode ser em relação ao nascimento de algum irmão mais
novo...; ou ao tempo de entrada no
colégio, enfim coisas relativas à Casa Três.
Se a
pergunta do profissional for relativa a algum arquétipo dentro da Casa Sete,
por exemplo, em relação à diferença de número de graus com o Descendente - ou
mesmo ainda dentro da Casa Seis - pode ser em relação a casamento da pessoa ou
de seus pais ou mesmo de atuação de trabalho ou de noivado da pessoa ou de seus
pais.
Se a
pergunta do profissional for relativa a algum arquétipo dentro da Casa Nove,
por exemplo, em relação à diferença de número de graus com o Meio do Céu - ou
mesmo já dentro da Casa Dez - pode ser em relação a viagens, a estudos
avançados, etc.
Enfim,
de uma forma geral sempre existe algum arquétipo próximo a um ponto do
Quadrante que venha nos dar uma dica de como encetaremos nossa pergunta para
bem podermos retificar ou ratificarmos o horário de nascimento e o mapa astral
natal - o Risco do Bordado.
.............
É
também importante conversarmos acerca do fato de que podemos considerar que
cada Casa, a partir do Ascendente e da Casa Um em diante, possa vir a ser
vivenciada a cada sete anos de nossa vida.
Sendo
assim, do Ascendente e da Casa Um até a Casa Dois, poderíamos estar falando
sobre os primeiros sete anos de nossa vida, nossa primeira infância. De sete a quatorze anos, Casa Dois. De quatorze a vinte e um anos, Casa
Três. De vinte e um a vinte e oito, Casa
Quatro. De vinte e oito a trinta e
cinco, Casa Cinco. De trinta e cinco a
quarenta e dois, Casa Seis. De quarenta
e dois a quarenta e nove, Casa Sete. De
quarenta e nove a cinqüenta e seis, Casa Oito.
De cinqüenta e seis a sessenta e três, Casa Nove. De sessenta e três a setenta, Casa Dez. De
setenta a setenta e sete, Casa Onze. De setenta e sete a oitenta e quatro, Casa
Doze!
Portanto,
se o cliente tiver luzes em sua Casa Três, por exemplo, poderão ser
interpretadas como ações arquetípicas mais consistentes em sua juventude... e
novamente sua proximidade com o Fundo do Céu poderá nos fazer levantar nossas
perguntas em termos de procurarmos ratificar ou retificar o horário de
nascimento. Da mesma forma, questões que
são encontradas em Casa Seis em relação ao Descendente, já com o cliente em sua
maturidade. E finalmente, questões que
são encontradas em sua Casa Nove, já com o cliente em sua real e maior
maturidade de vida.
É bom
que se saiba que em termos das leituras seguintes - Retornos, Revoluções
solares ou lunares, etc - não faz grande diferença uma simples questão de
alguns minutos. Porém, em termos de leitura de Trânsitos de Planetas
Lentos - a partir de Júpiter, Saturno, Quiron, Urano, Netuno e Plutão - ah, é
importante realmente que a gente garanta uma feitura absolutamente correta do
Risco do Bordado... por causa das entradas nas Casas, fundamentalmente,
principalmente quando se trata de Urano e de Plutão adentrando as Casas e as
Linhas de Ascendente - trazendo inteira re-orientação de vida -, de Fundo do
Céu - movimentando inteiramente as raízes fundamentais da pessoa; de
Descendente - trazendo ou casamento ou descasamento...; e finalmente, de Meio
do Céu - re-orientando as metas de vida a serem realizadas e cumpridas pela pessoa.
Sendo
Urano e Plutão Planetas Lentos, um erro de três a quatro graus nas Entradas de
Casas do Grande Quadrante, por exemplo, pode trazer um engano de um a dois anos
dentro de nossas previsões, dentro da previsão, em nossa leitura.
Por Onde Começar?
Janine Milward
Essa é uma pergunta que eu sempre me faço
ao começar um trabalho. Normalmente, eu
faço um pequeno Prólogo sobre o que é o Risco do Bordado, o mapa astral, o que
é a Astrologia da Alma e do Auto-Conhecimento.... enfim, quase que o cliente
dorme.... Mas a verdade é que eu tenho
que ir esquentando meus motores, tenho que ir sentindo a energia do cliente e o
pequeno prólogo está sempre na ponta da língua e enquanto isso eu vou
esquentando meus motores...
Aí então, eu começo a leitura, depois de
ter, normalmente, realizado a pergunta-chave inicial de retificação ou de
ratificação do horário de nascimento, da boa feitura do mapa.
Às vezes, acontece que o começo da
leitura parte da resposta do cliente em relação à minha primeira
pergunta... volta e meia isso acontece
sim, a gente vai enveredando mapa adentro....
Céus, não sei bem responder a essa
questão: por onde começar a leitura? Se
por acaso eu meio que olhar o mapa e ainda não ter muito assunto, eu vou atrás
da descrição do Sol - signo, Casa, etc...; depois do Ascendente, da Lua, do
regente do Ascendente - sem que precise ser nessa ordem...
A verdade é que a resposta à essa
questão: por onde começar?... é bem relativa à forma que o profissional vai
direcionar sua leitura, se será mais factual, mais comportamental, mais
espiritual, mais psicológica, mais kármica....
Eu sempre penso, no entanto, que a gente,
enquanto profissional de astrologia, tem que ter o maior cuidado para não ficar
falando astrologuês.... e também para não exatamente ficar citando os nomes de
Plutão e de Urano.... (porque sempre as pessoas são muito preconceituosas a
respeito desses dois Planetas)... e também não ficar citando literalmente sobre
os trânsitos em si - ou seja, uma coisa é ir fazendo a leitura e outra coisa é
ir dando nomes aos bois... E certamente
não ficar citando os Aspectos em si.... fundamentalmente quando se trata de
Aspecto menos simpático, menos harmonioso...
Eu não penso que seja simpático o
profissional ir dando nomes aos bois. Em
primeiro lugar, o cliente vai ficar boiando.... sem entender patavina daquilo
que está sendo dito. E se entender, já
em segundo lugar, vai haver uma espécie de contenda, de confronto, entre aquilo
que o profissional está querendo dizer com o possível pré-conceito que seu
cliente tenha em relação aquilo que está sendo dito.
E meu grande conselho é o seguinte:
jamais, jamais, jamais, toque em assuntos de perdas dramáticas, de possível
morte do cliente e de morte de seus parentes ou pessoas mais chegadas,
etc.... Primeiramente, jamais saberemos
se aquilo que estamos diante do mapa astral do cliente - ou seja, trânsitos
mais dramáticos ou revoluções solares mais dramáticas - se tudo aquilo vai
estar indicando realmente morte ou grandes perdas ou grandes cirurgias,
internações hospitalares, acidentes, etc. e tal... Jamais teremos a plena certeza sobre
isso. Meus anos e anos e anos - já quase
vinte anos de trabalho dentro da leitura e interpretação de mapa astral vêm me
ensinando sobre esse tema fundamental: jamais temos a certeza de nada.
A Astrologia - dentro do mapa astral - é
como se fosse um mapa mesmo: vira à esquerda, vira à direita... ou seja,
poderemos sempre estar direcionando, orientando, conduzindo nosso cliente,
fazendo-o mais consciente sobre si mesmo e sobre sua vida, isso é certo. Mas a astrologia não é exatamente uma
vidência. Astrologia é uma coisa,
vidência é outra coisa. Astrologia é uma
coisa, premonição é outra coisa.
Certamente existe uma inter-relação entre esses assuntos, sim, dentro do
fato de que tudo aquilo que existe entre o céu e a terra, pertence à
Sincronicidade e a Astrologia é uma ciência que se estrutura dentro
fundamentalmente da sincronicidade. Mas
mesmo assim,que fique bem claro que jamais, jamais, poderemos ter a certeza
absoluta sobre as questões que se apresentam dentro do mapa astral ou dentro
dos mapas coadjuvantes.
Gostaria de citar o mapa de Ayrton Senna
que trazia uma conjunção entre Saturno e Lua em Capricórnio, em sua Casa Doze.
E que no ano que fez sua passagem, não somente Urano beijando essa conjunção
como também sua revolução solar trazia seu Sol na entrada de sua Casa
Doze. Podemos entender, entre outras
tantas possibilidades desses arquétipos de Saturno e Lua em Capricórnio e em Casa Doze, como pai e mãe enlutados, bem
como o cotidiano das pessoas, de uma forma geral, também enlutado, já que esse
Saturno e essa Lua governavam suas Casas Seis e Doze. Podemos entender a revolução solar com o Sol
na Casa Doze, entre tantas outras possibilidades desse arquétipo, como passagem
entre a vida e não-vida. Mas certamente
existem várias outras possibilidades desses arquétipos acima mencionados
atuarem de maneira diferenciada. Então,
se eu tivesse sido a astrólogo desse rapaz, pelo menos naquele seu momento de
vida, eu lhe traria metáforas acerca desses arquétipos. Ou seja, incentivá-lo a mudar de rumo de
vida, pelo menos naquele momento, quem sabe parar por um ano, descansar,
repousar, buscar outros caminhos, fazer outras coisas, quem sabe se espiritualizar
mais, quem sabe...
Essa é uma questão que permanece: podemos
ou não podemos interferir no chamado destino? Creio que podemos sim. Creio que podemos sempre estar trazendo à
tona nossa plenitude de consciência.
Essa sim, deverá nos trazer nossa maior lucidez em relação aos nossos atos,
através de nosso livre-arbítrio. Nosso
livre-arbítrio e nosso Dharma, que é nossa maneira essencial de ser, juntos,
realizam nossas ações, nossos Karmas e também juntos terão que enfrentar nossos
Samskaras, as reações em potencial às nossas ações anteriores.
Da mesma forma, poderemos tão somente
orientar nosso cliente em relação a esse tema!
No caso do Ayrton Senna, se lhe fossem
oferecidas outras opções de vida e ao mesmo tempo, se lhe fosse oferecida uma
maior orientação para ele vivenciar sua vida, seu livre-arbítrio e seu Dharma
no sentido de poder buscar novos rumos, interferir em seu destino..... talvez,
quem sabe, só Deus sabe, talvez ele tivesse se salvado, talvez, quem sabe. Ou, por outro lado, mesmo sendo oferecido uma
maior orientação em sua plenitude de consciência acerca de seu destino...., ele
poderia, conscientemente, ter optado por seguir seu rumo de vida, do jeito que
seguiu, optando por isso, optando por isso - e seja o que Deus quiser! E Deus quis.
Um Sol em revolução solar dentro da Casa
Doze não precisa necessariamente ser lido como passagem da vida para a
não-vida. Não precisa ser lido como uma
necessária e imperiosa intervenção cirúrgica, um tempo de internação, um tempo
de solidão.... Mas pode significar um
tempo de introversão, de interiorização, de estar sozinho consigo mesmo e com
suas verdades, de busca de si mesmo, de intensificação da
espiritualidade... Pode significar um
tempo de encontro com a arte e o espírito de maneira inteiramente aprofundada,
bem enraizada. Pode significar um tempo
de doença, sim, mas nada dramático, nada que não se possa vir a bem tratar e
cuidar e retornar à boa saúde. Pode
significar uma perda sim, mas não necessariamente de entes queridos, ou de
trabalho, ou de casa... mas quem sabe, uma perda mais subjetiva, que lhe traga
uma total reorientação na vida, no rumo da vida.
Quantas vezes eu já passei revoluções
solares em minha vida que me traziam meu Sol se posicionando em Casa Doze?
Várias vezes. Quantas vezes eu já passei
por revoluções solares me minha vida que me traziam meu Sol se posicionando em
Casa Sete? Várias vezes. Morri? Não.
Casei? Não.
É por isso que eu digo que a gente
jamais, jamais, jamais, sabe o que irá acontecer. Sendo assim, é bom que a gente possa
comunicar ao nosso cliente que aquela revolução solar estará lhe trazendo uma
verdadeira re-orientação de vida.... e quem sabe não seria melhor aquele ano
abandonar as pistas de corrida de Fórmula 1 e ir pescar numa ilha tropical e
maravilhosa? Ou ir passar um tempo num Mosteiro do Tibet? Ou um tempo no Sítio
das Estrelas, ashram maravilhosos e tão pertinho... ! Da mesma forma, se virmos um Sol em Casa
Sete, poderemos entender que existe a possibilidade de casamento, sim, mas
também que será um tempo de iluminação e abertura de inter-relações, como um
todo, para nosso cliente, para associações, para encontros vários com seu Outro
mais pessoal ou como seu Outro mais impessoal....
Enfim, sempre podemos usar as metáforas
para conduzir nosso cliente a buscar mais fundo em sua própria consciência e
sobre seus rumos de vida. Não precisamos
exatamente informar ao cliente ipsis literis acerca de questões sobre as quais
não temos a plena certeza! Não somos
Deus, essa é a verdade. Não sabemos
sobre o destino; mas sabemos como orientarmos as pessoas a enfrentarem seus
destinos, esse é o bom trabalho da astrologia da alma e do auto-conhecimento.
Houve um outro caso, dentro de minha
prática de trabalho, em que eu realmente levei um susto quando li no jornal que
um cliente meu havia realizado sua passagem da vida para a não-vida: eu não
tinha percebido absolutamente nada vezes nada sobre essa possibilidade! Era um cliente antigo, com vários anos sob
meu acompanhamento de aconselhamento astrológico, era uma pessoa com bastante
ampliação de sua consciência. Bem me
lembro que li para ele sua última revolução solar que dizia sobre a
possibilidade de uma inteira re-orientação em seu casamento. Apenas isso.
E no entanto, foi a última vez que o vi, ele se foi.
Também posso me lembrar de uma cliente
minha que lidava maravilhosamente com as cartas do tarot. Um belo dia, ela me apareceu em meu
consultório, séria, me dizendo que havia visto nas cartas sobre sua
possibilidade de saída da encarnação. Eu
abri sua revolução solar e ali poderia estar dizendo acerca de uma intervenção
cirúrgica.... mas não necessariamente lhe trazendo a perda da vida. Mas, infelizmente, ela não sobreviveu à essa
intervenção. Mas ela estava inteiramente
lúcida sobre essa possibilidade. E mesmo
assim, eu não pude lhe afirmar sobre algo que eu não sabia com certeza, sobre
algo que eu não tinha certeza.... porque não dá, nunca dá para a gente ter
certeza.
A única certeza que temos é de que não
temos certeza.
Sendo assim, temos que aprender a usarmos
das metáforas.
Temos que aprender a bem sentirmos e a
reconhecermos não somente a energia do nosso cliente como também sobre o seu
desenvolvimento, sobre sua ampliação de consciência. Existem clientes com quem podemos sempre
conversar mais profundamente, sobre suas questões de vida, com quem podemos
trazer à tona questões menos harmoniosas em sua vida. Existem outros clientes que verificamos que
sempre vão estar muito assustados em relação à situações mais periclitantes em
suas vidas, sempre. Então, temos que
aprender a usar metáforas em nosso trabalho, temos que aprender a agirmos assim como a água que vai lentamente
e transparentemente, contornando as pedras do caminho, os obstáculos. Temos que ir aprendendo a ir contornando e
bem lidando com as situações mais difíceis, dentro de nossa leitura e
interpretação do mapa astral. Podemos
até termos um bom nível de alguma certeza acerca de algumas situações em
relação à vida daquele cliente que está diante de nós.... mas temos também que
perceber se é possível ou não - ainda não - colocarmos essas situações de forma
inteiramente desnudada para esse cliente.
Acontece, por vezes, que determinadas
situações ainda não estão no nível nem do pré-consciente do cliente - e menos
ainda do seu consciente.... É preciso
sabermos trabalhar com o tempo, tempo para nós, tempo para o cliente. O cliente precisa de tempo para amadurecer,
para poder perceber determinadas situações que acontecerão em sua vida - e que
o astrólogo já sabe, de antemão, sobre as mesmas.... mas o cliente ainda não.
Bem me lembro, certa vez, eu estava
atendendo uma atriz da Globo que se
dizia uma das mais bens casadas da televisão, com um casamento de anos a
fio..... Ao mesmo tempo em que ela dizia
isso, eu olhava para seu Descendente em determinado grau de Capricórnio que
iria, mais dia, menos dia, em cerca de três a quatro anos à frente, ser beijado
por Urano, o despertador, o corte guilhotinal: certamente o casamento dela
iria, no mínimo, dar uma imensa balançada!
E a verdade é que anos depois, ela se separou do marido de tantos e
tantos anos - casamento capricorniano sim mas que não conseguiu segurar o corte
guilhotinal de Urano. Mas é certo que
durante algumas de nossas sessões, essa moça já falava sobre o quão estava
insatisfeita com seu casamento, etc. e tal - mesmo que ainda não aventasse a
possibilidade de vir a separar-se do marido...
Mas eu jamais disse a ela, jamais afirmei a ela, que eu achava que
haveria o final do casamento dela, eu não poderia jamais afirmar isso. Eu poderia, e pude, apenas conversar mais
aprofundadamente com ela acerca de seus sentimentos da dificuldade do momento
em se relacionar com seu marido - e em sendo ela uma Libriana, quem era ela e
quem era o marido dela, enfim, trabalhar com a lucidez e a expansão da
consciência dela acerca de si mesma, reforçar a identidade individualizada
dela...
Se tivermos a boa oportunidade de ir
seguindo o cliente, anos após anos, em nosso trabalho, aí então veremos, com
toda a certeza, que a cada avanço de sessão - mesmo que possa vir a ser apenas
uma sessão anual.... -, nosso cliente sempre nos apresenta uma ampliação de sua
consciência, isso é absolutamente verdadeiro!
E se não apresentar, é realmente uma pena!
Jamais ficamos sem assunto para
comentarmos com nossos clientes antigos, que nos acompanham em suas vidas
pessoais e em nossas vidas profissionais, durante anos e anos. Sempre estaremos evoluindo - assim
esperamos! Sempre estaremos sendo
atuados pelos Arquétipos e suas sincronicidades, sob os trânsitos que vão
sempre se movimentando ao longo de seus passeios através nosso mapa astral
natal. Sempre estaremos diferenciando um
ano do outro, em função das revoluções solares que sempre nos trazem novas
indicações para aquele determinado momento de vida. Sempre estaremos refazendo nossos cenários e
nossos textos de vida através a progressão do nosso mapa astral natal.... Não somente nosso cliente cresce, amadurece,
evolui, amplia sua consciência: nós também crescemos, amadurecemos, evoluímos,
ampliamos nossa consciência!
Eu penso que, se deixarmos que nossa
sensibilidade psíquica assuma o comando de nossa leitura - deixando a
racionalidade um tanto de lado e deixando de ficar olhando o mapa em si todo o
tempo, como se estivesse seguindo um caminho dentro do trânsito lotado de São
Paulo, por exemplo - se a gente se deixar fluir para poder nos encontrar com a
alma, com a essência da pessoa que está sendo lida e interpretada...., os
assuntos florescerão em nossa mente e nossa capacidade de bom acerto em nosso
trabalho e de boa execução de nossa leitura estará sendo muito bem-sucedida!
Os arquétipos vão se movimentando como se
estivessem dançando um Baile, entre si.
Eles vão contando suas histórias, naturalmente, e nós apenas vamos as
escutando e as repetindo para nosso boquiaberto cliente!
Céus, acho que não ajudei em nada, não
foi mesmo? Mas é mesmo assim, cada um
tem sua maneira de ir lendo e interpretando o mapa que tem diante de si para a
pessoa que tem diante de si.
Uma coisa é certa: o profissional tem que
ter um Urano muito intenso para poder ir sempre se lembrando de tudo aquilo que
já foi dito e que está sendo dito e que estará sendo dito mais adiante,
fusionando e sintetizando tudo e todos os mapas que se disporá a ler. Fazendo assim, sua leitura será sempre muito
profícua, sem dúvida alguma.
Se é difícil se dizer por onde começar,
talvez não seja muito difícil se dizer por onde terminar. Eu penso que, antes de mais nada, deve haver
um limite de tempo, tempo esse que seja o máximo que o profissional sabe que
vai render seu trabalho. Dentro do meu
trabalho, da forma de eu realizar meu trabalho sobre a qual eu exponho mais
adiante, uma hora é bem pouco; uma hora e meia, dependendo do cliente, já é
bom. Duas horas é perfeito. Mas do que duas horas, nem pensar! Sendo assim, eu aviso meu cliente para trazer
duas fitas cassete de 60 minutos... que poderão vir a ser usadas inteiramente -
ou não.
É importante se dizer que o profissional
não deve deixar que seu cliente o sugue, inteiramente, fazendo-o estender
ilimitadamente o tempo da consulta, levando-o a um cansaço terrível...
De uma forma geral, dez minutos antes do
horário limite da consulta, eu pergunto ao cliente se ele tem alguma pergunta a
fazer.... se não, eu dou um fecho simpático à sessão e a encerramos.
Uma coisa é certa, pelo menos dentro do
meu trabalho: eu sempre gosto que meu cliente saia da sessão levando consigo
tudo aquilo que eu pude lhe transmitir naquele momento. Eu nunca sei se o cliente vai voltar ou não;
sendo assim, me sinto bem ao encerrar a consulta tendo lhe dito tudo aquilo que
poderia ter dito. No entanto, é sempre
bom a gente aprender com os autores das novelas de televisão que sempre deixam
um certo suspense no final.... até o próximo capítulo...
Com um abraço estrelado,
Janine Milward